São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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"Há quatro anos não gostava do que via lá"

DA REPORTAGEM LOCAL

Os principais trechos da entrevista com Luiz Masagão Ribeiro, presidente da corretora Indusval:
Folha - Qual é o objetivo da chapa da situação?
Masagão - Há uns quatro ou cinco anos, eu estava no conselho da Bolsa (na época da presidência de Eduardo da Rocha Azevedo) e não gostava do que estava vendo lá. Montamos um grupo de corretoras, fizemos uma campanha e colocamos o Guto (Alvaro Vidigal) prometendo mais transparência, uma gestão mais profissional e eficiente. Passados quatro anos, o Guto quer voltar para casa.
O Eduardo (Rocha Azevedo) informou agora no final do ano que iria lançar uma chapa. Aí, nós resolvemos formar a nossa chapa.
Folha - E a questão da transparência?
Masagão - Antigamente, se um conselheiro da Bolsa quisesse saber de um balanço não podia. A administração era totalmente fechada e ficava nas mãos do presidente e do superintendente geral, sem ninguém ter acesso. Hoje as contas da Bolsa são abertas a todos.
Folha - O que muda para os acionistas se o senhor ganhar?
Masagão - O que se pretende para os acionistas é ter um mercado cada vez maior e transparente. As empresas vão ter mais mercado para lançar seus papéis e os acionistas vão ter certeza de que as negociações serão cada vez mais justas e claras.
Folha - O senhor foi rival do sr. Eduardo da Rocha Azevedo no passado, quando ele era presidente da Bovespa, ou no caso Nahas?
Masagão - Não tem nada a ver com o caso Nahas.
Folha – A oposição diz que num governo político como o de FHC vai ser necessário um representante político para a Bolsa. O senhor seria mais técnico.
Masagão - Eu simplesmente não sou político-partidário. Nem um político personalista. Fui presidente da BM&F por quatro anos e consegui resultados políticos incríveis, como a lei que regula o mercado de ouro. Meu estilo de fazer política é diferente. Eu não faço escândalo via jornal.
Folha - Dá para ficar rico sendo presidente da Bolsa?
Masagão - Dá para ficar pobre. Você não ganha nada e perde dois terços do seu tempo.

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