São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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"É divergência de opinião, mas não é racha"

DA REPORTAGEM LOCAL

"É divergência de opinião, mas não é racha"
Os principais trechos da entrevista com Eduardo da Rocha Azevedo, presidente da corretora Convenção:
Folha - Qual a proposta da chapa da oposição?
Rocha Azevedo - Divergência de opinião não quer dizer oposição, mas não é um racha. Estamos fazendo algumas propostas.
Folha - Quais?
Rocha Azevedo - A criação de uma caixa de liquidação nacional de todos os mercados, inclusive os mercados futuros. Temos hoje em São Paulo duas Bolsas: Bovespa e BM&F. A liquidação das duas não se comunica. Nossa proposta é a de que a empresa de liquidação seja fora das Bolsas. Se há algum problema do mercado, o patrimônio das Bolsas é preservado.
Folha - Por que tantos ex-presidentes na chapa do senhor?
Rocha Azevedo - Temos um governo novo, reforma fiscal e constitucional. A Bolsa precisa participar de todo esse processo com um conselho de maior peso.
Folha - Comenta-se que os atuais conselheiros são de confiança do senhor Alvaro Vidigal e que se a chapa do senhor ganhar vai haver uma divisão.
Rocha Azevedo - São eles que estão falando. O que queremos é colaborar.
Folha - Há uma versão de que o senhor vai apoiar o senhor Manoel Pires da Costa para a reeleição como presidente da BM&F.
Rocha Azevedo - É verdade. Assim como ele apóia a nossa na eleição da Bovespa. Estamos apoiando Pires da Costa para que haja uma integração maior entre as Bolsas.
Folha - O senhor é candidato à presidência?
Rocha Azevedo - A discussão sobre presidência é só em janeiro.
Folha - Neste momento, o caso Nahas em julgamento pode influenciar as eleições?
Rocha Azevedo - Acho que não tem nada a ver. É coincidência. Ele (Nahas) se coloca como vítima. O problema é dele. Eu nem estou neste processo. Se fui absolvido é porque na avaliação dos técnicos eu estava certo na condução da Bolsa.
Folha - Há algum benefício pessoal em ser conselheiro da Bolsa?
Rocha Azevedo - Eu nunca tive. É chapa de peso a que fizemos.

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