São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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GETÚLIO VARGAS

GETÚLIO VARGAS
O suicídio de

O suicídio de Getúlio Vargas exprimia desespero pessoal, mas tinha também um profundo significado político. O ato em si continha uma carga dramática capaz de eletrizar a grande massa. Além disso, o presidente deixava como legado uma mensagem aos brasileiros –a chamada carta-testamento– onde se apresentava como vítima e ao mesmo tempo acusador de inimigos impopulares. Apontava como responsáveis pelo impasse a que chegara os grupos internacionais aliados aos inimigos internos. Afirmava que eles se opunham às garantias sociais aos trabalhadores, às propostas para limitar os lucros excessivos, à defesa das fontes fundamentais de energia corporificada na Petrobrás e na Eletrobrás. Afirmava ainda a carta que, enquanto o lucro das empresas estrangeiras alcançava 500% ao ano, o Brasil era obrigado a recuar, sob violenta pressão, em medidas para sustentar o preço internacional do café.
(...) De fato, Getúlio ficaria na memória da massa trabalhadora como o homem que ouvira a voz dos humildes e fora responsável pela implantação da legislação trabalhista. Essa imagem é sem dúvida simplificadora e excesssivamente concentrada em um homem, mas assim ocorreu, e isso deu alento aos herdeiros políticos do presidente.

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