São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994 |
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Para broncos, PC não é coisa de menina
BARBARA GANCIA
Não é preciso ser nenhum gênio para saber que as diferenças de raça, se é que alguém sabe definir à risca o que é "raça", são estritamente culturais. O tal livro, porém, deu pano para manga. Mas, estranhamente, ao dissecá-lo, ninguém lembrou de discutir a diferença cultural mor: a que divide homens e mulheres. A questão me veio à mente outro dia, quando Marcos, o jovem que me ajuda a digerir o fato de eu ter gasto R$ 1.999 em um computador Compaq que não consigo utilizar sem o auxílio de aulas particulares, me revelou não ter alunos homens. Ele me disse que os maridos de suas alunas se recusam a tomar aulas, mas ficam rondando suas lições de "computerês" feito urubu. Para os rapazes, esse negócio de computador é mesmo uma questão de honra. Me dei conta disso quando comprei em sociedade com um amigo um dicionário para windows. Em dois tempos instalei o programa com a ajuda de Marcos. Meu amigo pavão tomou 15 dias de baile antes de recorrer aos serviços de um expert. Em sua coluna, David Zingg denunciou que a rede Internet é o maior antro mundial de machões. Tirei a prova entrando naquele sistema com um codinome feminino. Não é que causei estranheza de Seattle a Pindamonhangaba? Engraçado, não? Para constatar que certos broncos ainda deveriam brandir clavas, é preciso testá-los usando de um instrumento tão sofisticado quanto o PC. Texto Anterior: Xuxa paga indenização a portadora de HIV; O NÚMERO; Polícia vai combater pesca predatória no MS; Rapazes são presos acusados de estupro Próximo Texto: Dona Latife; Helena Meirelles Índice |
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