São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Banco Central derruba a taxa do over

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central fez quatro intervenções ontem no mercado de renda fixa. Logo pela manhã o BC derrubou a taxa/over de 5,45% para 5,20% ao mês para operações entre hoje e sexta-feira.
Nas intervenções posteriores a autoridade monetária foi permitindo elevação gradual nas taxas (5,35%, 5,45%). Para as instituições retardatárias, com fechamento de final do dia, a taxa/over atingiu até 5,57% ao mês. A taxa média do over caiu de 5,46% no dia anterior para 5,40% ao mês ontem.
A queda na taxa/over logo pela manhã permitiu ao BC colocar os Bônus do Banco Central com juros mais baixos. A taxa/over de BBCs foi de 4,937% ao mês para 35 dias.
A variação nas taxas de juros provocou ontem volume recorde de negócios com Depósito Interfinanceiro na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), que movimentou US$ 11,36 bilhões, contra US$ 11,10 bilhões no último dia 29 de setembro.
O índice da Bolsa de Valores paulista fechou em baixa de 1,26%. O mercado está trabalhando de olho no vencimento do índice Bovespa futuro no próximo dia 14. As notícias do arrocho no crédito com a ampliação do compulsório bancário sobre novas operações ajudaram a derrubar as cotações. Os investidores com posições "vendidas" (apostam na baixa) continuam ganhando neste vencimento.
A circular 2.511, que determina novo aperto no crédito, não teve efeito imediato sobre os juros nos financiamentos, segundo Luiz Antonio Rodrigues, do Banco Itaú. Para ele, os grandes bancos já vinham seguindo as regras e, portanto, suas taxas não se alteraram. As instituições que vinham trabalhando com "export notes" (notas de exportação) paralisaram ontem seus financiamentos. Segundo ele, as medidas restritivas aos financiamentos não deverão eliminar o ágio sobre os carros, argumentando que as vendas estão sendo basicamente à vista e por consórcios.
Alkindar de Toledo Ramos, presidente da Acrefi, que reúne as financeiras, disse ontem que a entidade e o próprio governo não dispõem de dados estatísticos precisos sobre o volume real de crédito ao consumidor. Ele está sugerindo que o BC volte a contabilizar em item específico os valores referentes ao crédito direto ao consumidor.
Rogério Bonfiglioli, diretor da Acrefi, disse que os juros nas financeiras estão variando entre 6% e 12% ao mês; fora do sistema financeiro chegam a 20% ao mês.
A Andima e a Cetip passam a partir de hoje a atuar como centralizadoras de serviços para acesso à Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecomunications), maior rede de comunicação interbancária do mundo, com mais de quatro mil usuários distribuídos por cerca de 120 países.

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,126% no dia 6. A taxa média do over foi de 5,40% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,27% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6580%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 35% e 55% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 121 dias: 17,5% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,65% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): média de 71,17% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,81% ao ano.

Bolsas
São Paulo: baixa de 1,26%, fechando com 45.730 pontos e volume financeiro de R$ 292,36 milhões. Rio: alta de 0,4% (I-Senn), fechando com 19.973 pontos e volume financeiro de R$ 11,94 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.299,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.340,47 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,845 (compra) e R$ 0,846 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,856 (compra) e R$ 0,858 (venda). "Black": R$ 0,845 (compra) e R$ 0,855 (venda). "Black" cabo: R$ 0,848 (compra) e R$ 0,852 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 1,25%, fechando a R$ 10,29 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5630. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5720 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,42 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 375,80.

No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 46.700 pontos e para fevereiro a 50.600 pontos.

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