São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Rússia veta documento sobre a Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia vetou documento da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa sobre a ex-república iugoslava da Bósnia.
O veto impediu a declaração que pedia aos sérvios da Bósnia que parassem ataques no encrave muçulmano de Bihac. A reunião terminou ontem em Budapeste.
Moscou argumentou que a Sérvia não estava sendo devidamente recompensada por apoiar as iniciativas para acabar com a guerra.
Os russos querem atenuar as sanções econômicas à Sérvia para encorajá-la a pressionar os bósnios de origem sérvia.
O governo Bósnio reagiu ao veto e, pela segunda vez em dois dias de reunião, disse que seu país estava sendo traído.
Somos forçados a concluir que o mundo está capitulando diante dos agressores e aceitando a divisão de meu país, disse o embaixador Mahir Hadjiametovic.
Incapaz de aprovar um pedido formal de cessar-fogo, a conferência autorizou seu atual presidente, o premiê Gyula Horn (Hungria), a fazer uma solicitação.
O chefe do governo alemão, chanceler Helmut Kohl, fez um apelo para que a conferência aprovasse um pedido de cessar-fogo.
A apenas 300 km daqui milhares de pessoas estão morrendo de fome. Eu não quero ir para casa e responder às perguntas de pessoas que dizem: O que você fez em Bihac?, disse o chanceler.
O premiê britânico, John Major, e o chanceler Alain Juppé (França) ameaçaram retirar suas tropas a serviço da ONU se não houver progresso na situação. Juppé disse que a missão da ONU está em suas últimas semanas.
Segundo Juppé, a retirada pode ser iniciada caso o Congresso norte-americano comece novamente a discutir o fim do embargo de armas aos países da região.
A conferência realizada em Budapeste (Hungria) aprovou o envio de uma força de paz multinacional de 3.000 homens para Nagorno-Karabakh, na ex-URSS.
Essa é a primeira vez que a CSCE inicia operação de manutenção da paz. Milhares já morreram no conflito entre armênios e azerbaijanos iniciado em 1988.
Apesar das diferenças entre Rússia e os aliados ocidentais (papel da Otan e questão bósnia), a CSCE aprovou vários documentos finais de tons conciliatórios.
Um documento afirma que ela será o organismo prioritário na solução de conflitos, negociação de crises e manutenção da paz entre Valdivostok e Vancouver.
A CSCE decidiu mudar seu nome para Organização de Segurança e Cooperação na Europa em 1995.

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