São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Juízes investigaram 2.150 pessoas em 1.024 dias

DA EFE, EM ROMA

A renúncia de Antonio di Pietro ocorre 1.024 dias depois que os juízes da Operação Mãos Limpas iniciaram as investigações que desmantelaram o eixo político formado pelos partidos Democrata Cristão e Socialista.
O escândalo batizado de Tangentopolis (cidade das propinas ou Propinópolis) surgiu em 17 de fevereiro de 1992, com a prisão do socialista Mario Chiesa, presidente do maior asilo de Milão.
Nesses 1.024 dias, a Mãos Limpas investigou 2.150 pessoas e revelou um sistema de financiamento ilegal de partidos que arrecadou centenas de milhões de dólares.
Só no caso conhecido como mãe de todas comissões, o Enimont, foram pagos US$ 90 milhões em subornos.
Até agora foram indiciadas 847 pessoas, das quais 221 foram condenadas, 24 absolvidas e as demais ainda aguardam julgamento.
Já foi restituído por alguns implicados o equivalente a US$ 18 milhões. Foi sequestrado o equivalente a US$ 26 milhões em contas bancárias na Itália e US$ 15 milhões no exterior.
Em bens imóveis e móveis foi sequestrado o equivalente a US$ 125 milhões.
Cerca de 600 rogatórias enviadas ao exterior possibilitaram a localização de contas onde foi depositado dinheiro das propinas.
O segundo partido mais envolvido é o Socialista, com 33,1% das ordens de prisão. A seguir vem o Partido Democrático da Esquerda (ex-PCI), com 3,6%.
Propinópolis encerrou a carreira de vários líderes que dominaram a vida política italiana nos últimos 20 anos, entre eles o socialista Bettino Craxi, o democrata-cristão Arnaldo Forlani e o liberal Renato Altissimo.
A Mãos Limpas alcançou o atual premiê, Silvio Berlusconi, cujas empresas são suspeitas de subornar funcionários do fisco.

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