São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994 |
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Advogado defendeu presos políticos AZIZ FILHO AZIZ FILHO; CLÁUDIA TREVISAN
A absolvição de Fernando Collor é uma das maiores vitórias dos 40 anos de carreira do advogado Evaristo de Moraes Filho, socialista que já atuou na defesa de presos políticos. Adversário político do ex-presidente, o advogado chegou a ser cogitado para ocupar o cargo de vice-presidente na chapa do petista Luiz Inácio Lula da Silva em 1989. A Folha apurou que, para aceitar a defesa de Collor, Evaristo cobrou US$ 450 mil. O advogado criminalista George Tavares, parceiro do defensor collorido em grandes processos há 30 anos, diz que os honorários são pagos por amigos do ex-presidente. Segundo ele, está "tudo acertado em contratos corretíssimos, incluindo o pagamento de impostos". Tavares e Evaristo atuaram juntos em processos de repercussão como o de Doca Street, que ajudaram a condenar em 1976 por ter matado a mulher, Ângela Diniz. Socialista como seu pai, Evaristo trabalhou na defesa de presos políticos, sempre sem cobrar honorários. "A defesa do caso político é um ônus público", costumava dizer. "Faz-me bem à alma". Entre os casos de natureza política em que atuou estão os de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Fernando Gabeira, Marcello Alencar, Florestan Fernandes, José Serra e o do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso. Evaristo trabalhou como defensor em outros processos polêmicos, como o dos proprietários do Bateau Mouche e o do pedido de extradição do ex-terrorista argentino Mario Firmenich, integrante do grupo de esquerda Montoneros. Na mesma época em que defendeu Firmenich – que acabou extraditado – Evaristo foi advogado de Paulo Renato de Oliveira Figueiredo. Filho do então presidente da República, o general João Batista Figueiredo, Paulo Renato era acusado de favorecimento ilícito no caso Capemi. Antes de se formar em direito, Evaristo foi jornalista do "Última Hora", que ajudou a fundar. Hoje, é professor de direito penal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e torcedor fanático do Fluminense. Sempre que pode, veste uma bermuda e vai ao campo ver seu time jogar. Texto Anterior: Collor recebe amigos e diz que 'não comemora' Próximo Texto: PC pode sair da prisão hoje Índice |
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