São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Professora morre após lipoaspiração

ROBERTO DE LIRA
DA FOLHA ABCD

O analista de controle Luis Carlos Cassoto, 44, entrou ontem com representação no CRM (Conselho Regional de Medicina) contra o Hospital Nossa Senhora da Pompéia, de São Caetano (ABCD).
Cassoto pede que sejam apurados os motivos que levaram sua mulher, a professora Marisa Merlin Cassoto, 43, a sofrer uma parada cardíaca durante uma cirurgia de lipoaspiração.
Marisa morreu anteontem, depois de ficar 96 dias em coma no hospital. Ela procurou o hospital no dia 6 de setembro para fazer uma lipoaspiração do culote (acúmulo de gordura na parte externa da coxa).
A cirurgia aconteceu quatro dias depois de Helenita Pereyra, mulher do ex-jogador do São Paulo Dario Pereyra ter sofrido perfurações no intestino, também durante uma operação de lipoaspiração.
No documento, Cassoto disse que foi informado às 12h sobre a parada cardíaca, ocorrida quando os médicos movimentaram a paciente, mudando-a de lado.
Cassoto afirmou que não está fazendo acusação formal contra o hospital. "Quero primeiro saber de quem é a responsabilidade. Depois tomo as medidas judiciais cabíveis", disse o analista.
Outro lado
O diretor-clínico do Hospital Nossa Senhora da Pompéia, Delcides Zucom, 38, disse que "é do interesse do hospital que se apure se houve ou não erro médico".
Zucom afirmou que foi realizada uma investigação interna no hospital e que não foi possível chegar a um resultado conclusivo.
"Não tínhamos condições técnicas necessárias para fazer a avaliação final", disse. A investigação teria demorado 60 dias.
Zucom afirmou que entrou em contato com o CRM e que foi instruído para reunir todos os documentos relativos ao caso e enviá-los ao órgão.
Segundo o CRM, a investigação sobre o caso deve começar quando o órgão receber esses documentos. O processo deve tramitar em sigilo, por envolver a ética médica.

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