São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Presídio gaúcho tem nova rebelião

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Presídio Central de Porto Alegre (RS) teve nova rebelião ontem. Entraram em confronto cerca de 400 detentos e 150 soldados da Polícia Militar. Dois PMs e dois presos ficaram feridos.
Em julho passado, o presídio foi palco de um motim que durou vários dias, resultou em fuga de presos e levou um deles a invadir o hotel Plaza São Rafael, no centro da cidade.
Ontem, os presos, pertencentes a três galerias do pavilhão C, reagiram a uma revista que começaria às 5h com o objetivo de descobrir armas escondidas nas celas.
Fogo
Para impedir a entrada do pelotão de choque da PM nas galerias, os presos atearam fogo nos colchões. Os soldados reagiram com bombas de gás lacrimogênio.
Dois PMs, segundo a direção do presídio, foram feridos por disparos de "trabucos" –arma artesanal feita pelos presos.
Dois detentos ficaram feridos, sem gravidade, porque saltaram para o pátio.
A situação ficou sob o controle da polícia por volta das 9h.
O diretor do presídio, Bruno Trindade, disse que os presos reagiram à revista porque temiam a descoberta de armas.
À tarde, ele afirmou que tinham sido achados mais de cem estoques (espécie de faca) e cerca de 30 armas de munição artesanais, além de um revólver calibre 22.
Os presos rebelados foram colocados no pátio pela manhã, onde permaneciam até as 17h. Segundo Trindade, mais tarde eles voltariam às celas.
Os moradores nas ruas próximas ao Presídio Central, na zona leste de Porto Alegre, ouviram os tiros da rebelião no final da madrugada.
Judith Andrade, moradora próxima, disse que um tiro acertou a parede de sua casa.
O presídio tem capacidade para cerca de 600 presos. Atualmente, abriga mais de 1.700. Na semana passada, dez presos fugiram pelo teto.
O secretário da Justiça, Gabriel Fadel, disse, na ocasião, que a superlotação está comprometendo a segurança do estabelecimento penal.

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