São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Indústria contrata 5.242 na 1ª semana de dezembro

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista iniciou dezembro com forte tendência de contratações. O nível de emprego industrial no Estado de São Paulo aumentou 0,23% na primeira semana do mês, informou ontem a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
A indústria admitiu 5.242 trabalhadores no período, o terceiro melhor resultado deste ano, após as 7.433 contratações na primeira semana de novembro e 5.598 na primeira semana de outubro.
O número de admissões na primeira semana de dezembro é quase igual à metade do total das admissões feitas em novembro (12.848).
Mario Bernardini, diretor titular do Departamento de Economia da Fiesp, disse que a indústria "não teria motivos para reclamar da conjuntura".
Mas passado o período sazonal, a preocupação é com os produtos importados que podem passar a "a deslocar o nacional porque não carregam o mesmo pesado ônus tributário", disse.
Para ele, o número de contratações da indústria paulista desde setembro (37.882) é "alvissareiro".
Bernardini argumentou, porém, que ainda não dá para comemorar porque o resultado do ano deve mesmo assim ser negativo.
Bernardini disse que, no momento, a indústria está efetivamente sentindo o surto de demanda causado pelo fim do imposto inflacionário e pelo pagamento do 13º salário aos trabalhadores.
"A demanda aquecida está fazendo com que a indústria volte a contratar e que venda toda sua produção, havendo até atrasos no fornecimento de produtos ao comércio", disse.
O nível de emprego acumulado no ano mostra um recuo de 0,93%, significando a perda de 21.903 empregos na indústria de transformação paulista.
Nos últimos doze meses, o nível de emprego caiu 1,40%, representando o fechamento de 33.135 postos de trabalho.
A pesquisa semanal da Fiesp, realizada junto a 46 sindicatos patronais da indústria paulista, revelou que 13 setores tiveram desempenho positivo (contratações superiores às demissões), 11 mostraram desempenho negativo e 22 setores permaneceram estáveis.
Entre os setores que mais contrataram estão esquadrias e construções metálicas (1,83%) e rações balanceadas (1,75%).
Entre os setores que mais demitiram estão mármores e granitos (-2,66%) e matérias-primas para fertilizantes (-1,22%).

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