São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Verdão tem 55%, timão 45% e acaso 100%

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, entre os goleiros o Corinthians leva ligeira vantagem sobre o Palmeiras. Ronaldo está em grande forma. Velloso, mais discreto, também está em ascensão. Grande duelo.
A lateral-direita é um setor de menos qualidade em ambos. Vantagem para o Palmeiras, pela regularidade e pela forma física de Cláudio. Paulo Roberto não está bem, mas pode acertar um chute forte.
Na lateral-esquerda, a competição é por cima. Branco (dúvida para o jogo) está abençoado neste ano. Roberto Carlos é uma das principais armas do Palmeiras. Ligeira vantagem para o alviverde.
Na dupla central, com a saída de Antônio Carlos, a dupla palmeirense (Tonhão e Cléber) perde um pouco a boa distância sobre a dupla corintiana (Pinga e Henrique). Ainda, vantagem verde.
(A defesa do Corinthians tomou 40 gols, média de 1,3 por jogo; a do Palmeiras tomou só 28, média de 0,9 por jogo.)
No trabalho de marcação do meio-campo está a grande força do Palmeiras e um dos setores mais frágeis do Corinthians –o que repercute na má proteção do sistema defensivo.
O trio de volantes César Sampaio, Amaral e Flávio Conceição é sólido e consistente. Atuará para tentar barrar o ponto forte do Corinthians, que é a habilidade do meio-campo para a frente.
No Corinthians, este é um setor que ainda não se acertou. A rigor, o único marcador forte é o Zé Elias, mais pela esquerda. O Luisinho, até agora, não deu conta do recado, pela direita.
Como o Corinthians precisa ganhar (embora o empate não seja de todo ruim, no primeiro jogo), é provável que entre com dois volantes. Neste caso, a melhor solução seria o Marcelinho Souza.
Na armação, Zinho tem sido o grande destaque do campeonato. É o jogador mais procurado pela bola durante toda a competição. Toca na pelota, segundo o Datafolha, 50 vezes por jogo.
Rivaldo, a centopéia de mil fôlegos, volta para marcar e sobe para marcar. Marcar gols. É um jogador difícil de parar e que ajuda a amalgamar as forças no Palmeiras no meio-de-campo.
O Corinthians deverá manter o seu 4-3-3 variando para 4-4-2, com o Viola voltando para arrancar com a bola dominada. A jogada individual é a chamada vantagem competitiva do Corinthians.
Na criação, o Corinthians depende de Souza (muito habilidoso, mas um pouco lento) e de Viola –que, rende mais próximo da área, como as duas jogadas do segundo tempo contra o Atlético.
No ataque, a vantagem corintiana. Marcelinho –seja como finalizador, seja na assistência– é o melhor atacante do campeonato. Marques, no jogo veloz, é difícil de ser marcado.
No jogo corrido, vantagem da regularidade do Palmeiras; nos acidentes (faltas, chutes longos), vantagem do Corinthians. Digamos: 55% de chances para o verdão, 45% para o timão e 100% para o acaso.

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