São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Ação militar embaralha cena política russa

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A invasão da Tchetchênia embaralhou as alianças políticas na Rússia. Ultranacionalistas como Vladimir Jirinovski apoiaram a decisão do presidente Boris Ieltsin enquanto Iegor Gaidar, líder do principal partido de apoio ao presidente, criticou a medida.
Em meio às críticas, Ieltsin lançou um comunicado em que diz ser "inadmissível usar a crise para atiçar tensões na sociedade, instigar hostilidades entre ramos do poder e procurar benefício político". Em defesa da solução militar, Ieltsin alegou que a crise tem que ser "resolvida urgentemente".
Jirinovski e Sergei Bubarin, conhecidos por suas críticas a Ieltsin, disseram que o presidente agiu dentro da lei porque a Tchetchênia faz parte da Rússia.
"O conflito mostra que terríveis desgraças podem ser causadas às pessoas pelo nacionalismo radical", disse Iegor Gaidar –do partido Opção da Rússia.
O chanceler russo, Andrei Kozirev, deixou a Opção da Rússia em protesto contra as críticas de Gaidar. "O Estado têm o direito de usar a força para restaurar a lei e a ordem", disse.
O líder reformista Grigori Iavlinski disse que o uso da força pode "desencadear uma guerra de longa duração no Cáucaso". Ele esteve na Tchetchênia em novembro negociando libertação de prisioneiros russos.
Uma manifestação de 5.000 pessoas em Moscou juntou comunistas e democratas contra a invasão. "Os democratas estão aqui para se opor à guerra. Os comunistas estão só usando a oportunidade para expressar sua oposição às reformas", disse Alexander Selbiyevitch, que participou do ato.
"Eles (democratas) estão contra a guerra mas a partir de uma posição de pacifismo, não de comunismo", disse o militante comunista Alexander Lapin.
Ao menos 10 muçulmanos da Ucrânia se apresentaram como voluntários para lutar ao lado dos tchetchenos.

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