São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Greve dos Correios pára 93% das agências em SP

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos de São Paulo estão em greve desde a zero hora de ontem. Cerca de 17 mil dos 20 mil funcionários da empresa no Estado deixaram de trabalhar.
Segundo a assessoria de comunicação da empresa em São Paulo, 93% das agências dos Correios da capital fecharam ontem. A paralisação é a maior desde a greve de 1985, quando 98% dos funcionários cruzaram os braços.
Só ontem, mais de 18 milhões de cartas deixaram de ser entregues na capital. Cerca de 5.000 funcionários –entre carteiros, motoristas, balconistas e recepcionistas– fizeram piquetes nos 55 centros de distribuição de domicílio da cidade e Grande São Paulo.
Os 5.000 funcionários do Pará e da Paraíba também estão em greve. Em Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro, Goiás e Amazonas, os trabalhadores fizeram assembléias ontem, que não haviam terminado até às 18h30.
Os funcionários entraram em greve por tempo indeterminado porque o acordo com o presidente Antônio Corrêa no último dia 6 não foi assinado.
Pelo acordo, os funcionários da área operacional (que trabalham quatro horas a mais aos sábados) ganhariam 65% de aumento (19,47% de IPC, 11,53% da Lei 8.880, mais 15% de gratificação) e os demais 45%.
Além disso, o acordo previa a mudança da data-base de 1º de janeiro para 1º de dezembro, para que os funcionários recebessem o 13º salário já reajustado.
"Todo o impasse hoje está na questão da data-base", afirma o presidente do sindicato dos Correios Washington Luiz Gomes da Silva. "Se eles mudarem a data-base paramos a greve."
O presidente dos Correios, Antônio Corrêa, foi procurado ontem pela Folha até às 18h30. Sua secretária informou que ele estava em reunião fora do escritório.
Catálogos
As empresas de catálogos, que trabalham com importação através dos Correios, estão suspendendo seus planos de lançar novos catálogos. A medida foi tomada após o anúncio do ministro Ciro Gomes (Fazenda) de que iria cobrar IPI e ICMS destas importações.
Paulo Humbert, diretor da Victor's, disse que desde a redução da alíquota, em novembro, sua empresa investiu US$ 1,5 milhão para ampliar as importações. "Agora, os planos estão parados."
A Mappin Store espera até o final do mês para decidir quais produtos colocará no catálogo de janeiro. "Podemos cortar encomendas", diz o diretor Walter dos Santos.

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