São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Discurso de FHC faz Bolsa subir 2,93%

RIDNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado acionário recebeu bem o discurso de Fernando Henrique Cardoso no Senado, apontando para o caminho da privatização.
O índice da Bolsa de Valores paulista registrou alta de 2,93%. O volume de negócios passou de R$ 249,8 milhões no dia anterior para R$ 366,17 milhões ontem.
As Bolsas refletiram também os resultados das empresas. Os dados divulgados ontem pela Serasa mostram que as empresas estão trabalhando com baixos estoques, aplicando no mercado financeiro, diminuindo o endividamento e aumentando a lucratividade após o Plano Real.
O vencimento no índice Bovespa futuro ontem foi calmo, movimentando R$ 950,80 milhões. O recorde de negócios com o índice futuro foi no dia 7 de outubro último (R$ 966,56 milhões).
Operadores disseram que houve maior presença ontem de capital estrangeiro com interesse voltado para a privatização de companhias de telecomunicações e do setor elétrico.
Ontem, as maiores altas foram das ações mais negociadas: Telebrás ON (+9,6%), Telesp ON (+6,0%), Eletrobrás PNB (+5,8%) e Eletrobrás ON (+5,7%).
Os operadores trabalham agora com o vencimento do mercado de opções na Bolsa paulista no próximo dia 19.
O Banco Central está reduzindo gradualmente as taxas de juros do mercado financeiro. O Banco Central interveio ontem e ofereceu dinheiro, diminuindo a taxa do over para 5,15% ao mês, contra 5,19% no dia anterior e 5,21% na segunda-feira.
O mercado do dólar no paralelo esteve mais pressionado. Algumas empresas em processo de finalização de balanço anual estão remetendo recursos para o exterior para fugir de obrigações fiscais. A expectativa é de que os recursos voltem para as aplicações financeiras em janeiro atraídos pelas altas taxas de juros no Brasil.
O Banco Central procurou segurar o dólar no paralelo através de venda da moeda norte-americana em leilão informal no mercado flutuante. A cotação do dólar no "black" chegou a atingir R$ 0,865, recuando para R$ 0,860 ao final do dia, ou seja, a mesma cotação do dia anterior.
(Rodney Vergili)

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,124%. A taxa média do over foi ontem de 5,17% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,24% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6493%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 28% e 50,3% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 182 dias: 18,5% a 19% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,44% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 65% e 75% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,94% ao ano.

Bolsas
São Paulo: alta de 2,93%, fechando com 49.768 pontos e volume financeiro de R$ 366,17 milhões. Rio: alta de 3,0% (I-Senn), fechando com 21.510 pontos e volume financeiro de R$ 139,85 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.280,90 pontos, contra 2.298,30 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.931,49 pontos, contra 18.975,10 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,845 (compra) e R$ 0,847 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,841 (compra) e R$ 0,843 (venda). "Black": R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black" cabo: R$ 0,850 (compra) e R$ 0,855 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.

Ouro: alta de 0,78%, fechando a R$ 10,32 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5628, contra US$ 1,5620 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5690 marco alemão, contra US$ 1,5710 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,38 ienes, contra 100,17 ienes no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 378,90, contra US$ 377,60 no dia anterior.

No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 49.200 pontos e para fevereiro a 55.100 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,859 e para janeiro a R$ 0,880.
A expectativa de juros no mercado de DI era ontem de 3,71% para dezembro e de 3,18% para janeiro.

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