São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994
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Collor e Collor

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Collor ganhou a absolvição do Supremo. Pedro Collor morreu ontem tendo que responder por ter levantado testemunho contra o irmão.
Apareceu gente, caso da autora de "Passando o Brasil a Limpo", o livro de Pedro Collor, para dizer à CBN que "é mentira" que o empresário estivesse doente quando fez as denúncias de corrupção contra o irmão mais velho.
É que, com a absolvição, qualquer detalhe técnico, por assim dizer, virou motivo para questionar as denúncias e até o impeachment.
Também apareceu gente, caso de um dos ministros do último governo collorido, para dizer na Manchete que o presidente deposto não guardava "ressentimento" do irmão mais novo, apesar das denúncias seguidas.
É quase como se, depois da absolvição no Supremo, o acusado trocasse de lado com o acusador. Como se o culpado fosse o outro.
Mais um
Augusto Farias, o irmão de PC, relacionava outro dia na televisão os escândalos que deram em nada no Brasil, enquanto o mais velho dos Farias seguia na prisão.
Teve o escândalo do Orçamento, o escândalo do jogo do bicho, o escândalo da parabólica, o escândalo da gráfica do Senado.
Pois agora tem mais um, que também deu em nada. De uma manchete do Jornal da Record, ontem à noite:
– Os cinco parlamentares cariocas envolvidos em fraudes ganham liminar na Justiça e são diplomados.
Justiça, no caso, é o Tribunal Superior Eleitoral.

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