São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994
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Tumor tem efeito devastador

JULIO ABRAMCZYK
REDATOR MÉDICO

Erramos: 21/12/94

Este texto saiu com um erro. O trecho correto é: "A morte cerebral é determinada pelo eletroencefalograma (EEG), que deverá registrar no mínimo 30 minutos (e não 30 segundos) de ausência de atividade elétrica cerebral de forma contínua".
Tumor tem efeito devastador
O cérebro está alojado em uma área rodeada de ossos e é sensível às mínimas variações e modificações no seu interior.
Quando as metástases de um câncer do tipo melanoma maligno, usualmente originárias de uma verruga escura (nevus) que se transformou em um câncer da pele, alcançam o cérebro, provocam efeitos devastadores em pouco tempo.
A metástase instalada no cérebro aumenta de tamanho e o tumor passa a comprimir áreas nobres do tecido cerebral, já que a caixa craniana não permite sua expansão para o alto. Surge inicialmente aumento de pressão intracraniana, seguindo-se alterações no estado de consciência e interrupção da circulação intracerebral.
Esta é a fase denominada de morte cerebral, um dano irreversível no cérebro. A atividade mental está ausente, mas ainda se observam reflexos independentes da área da consciência, como os batimentos cardíacos e a atividade motora espontânea dos intestinos.
A morte cerebral é determinada pelo Eletroencefalograma (EEG), que deverá registrar no mínimo 30 segundos de ausência de atividade elétrica cerebral de forma contínua.
O EEG deverá registrar simultaneamente a atividade cardíaca através de um eletrocardiograma, além de estímulos externos provocados para observar eventual resposta a ser eventualmente detectada pelo EEG.
Por comprometimento do Sistema Nervoso Central provocado pelas metástases cerebrais, a situação já crítica evolui para o choque e para a depressão respiratória.
A depressão respiratória é provocada pela hipertensão craniana que afeta a atividade dos centros respiratórios. O choque (queda da pressão arterial) leva à insuficiência de irrigação sanguínea para outras áreas, entre elas a circulação nas coronárias, provocando parada cardíaca.
Nas situações de suporte vital como as observadas na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), entre elas a respiração artificial, a parada cardíaca e a respiratória podem ser postergadas por um certo tempo. Mas a recuperação do paciente, nestes casos, é muito difícil.

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