São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994 |
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Aeronáutica entra na operação
RONALDO SOARES
A Aeronáutica trouxe duas novidades à operação. A primeira foi a utilização de oficiais femininas da Força Aérea Brasileira na linha de frente da incursão à favela. As oficiais revistaram casas e ajudaram a vasculhar o morro –até então, a presença feminina estava restrita à participação de mulheres PMs no cerco montado na entrada dos morros. Outra inovação foi a presença de um médico da Aeronáutica na operação –batizada de "Água 1". Ele examinou os suspeitos detidos antes de encaminhá-los para um interrogatório. O objetivo da medida era evitar que os detidos alegassem espancamento ou agressão pelos militares, segundo informou o major Luiz Selva, da 5ª Seção do Comando Militar do Leste. Segundo o major, o morro do Barbante foi escolhido por ocupar uma posição estratégica para o tráfico de drogas e o contrabando de armas –a favela fica próxima à baía de Guanabara e ao Aeroporto Internacional do Rio. A ação também teve como objetivo proteger a vila militar que fica ao lado da favela. A vila está situada na linha de fogo das quadrilhas de traficantes rivais do morro. A ação foi planejada a partir de um estudo feito pelo Grupo Aéreo de Recife, especializado em detalhamento fotográfico aéreo. A ocupação começou às 4h30 e mobilizou cerca de mil oficiais, sendo 900 da FAB. Um helicóptero trazido do Mato Grosso para treinamento nesse tipo de operação juntou-se a um outro helicóptero da FAB nas funções de patrulhamento aéreo. Três blindados foram utilizados. Dos 30 suspeitos detidos até as 12h, dois foram encaminhados à Polícia do Exército por porte ilegal de armas. Não houve apreensão de drogas. Texto Anterior: Exército faz primeira ação fora do Rio Próximo Texto: O extraordinário Índice |
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