São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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A nova equipe do Planejamento

LUÍS NASSIF
A NOVA EQUIPE DO PLANEJAMENTO

O ministro do Planejamento, José Serra, deverá constituir sua equipe basicamente com técnicos de carreira do governo. Na liderança do PSDB na Câmara, Serra já havia recorrido a esses técnicos para montar a melhor assessoria parlamentar da Casa. Parte desses nomes será aproveitado.
Os principais nomes serão os seguintes:
Celso Martus: considerado pelo próprio Serra seu principal assessor parlamentar, veio da equipe original de Andrea Calabi na Secretaria do Tesouro.
Luiz Fernando Wellisch: ex-secretário da Receita, deverá assumir a Sest (Secretaria Especial das Estatais). Apesar de temperamento forte, é considerado funcionário público exemplar, duro e de honestidade a toda prova. Já foi convidado e deverá dar resposta nos próximos dias.
Heloisa Camargo: técnica egressa da ex-Cacex, foi uma das principais figuras no processo de abertura comercial do país no governo Collor. Deverá cuidar de secretaria ligada à área de comércio exterior, que terá sob sua responsabilidade o Finex (fundo que concede financiamentos à exportação).
Neste momento, Serra anda à cata de um diplomata para a área internacional, em uma secretaria responsável pelos financiamentos internacionais. Um outro nome contatado é o de Carlos Marcial, ex-secretário da Receita e especialista em direito na área pública.
Ciúmes
O novo secretário executivo da Fazenda, Pedro Parente, quase provoca pequeno conflito entre os ministros econômicos, por ciúmes. Antes mesmo de Serra ser convidado para o Planejamento, sugeriu a Parente que viesse engrossar a equipe de FHC. Parente relutou. Confirmado para ministro da Fazenda, o primeiro ato de Pedro Malan foi convidar Parente para secretário-executivo. Parente aceitou, condicionando a decisão a uma consulta prévia a Serra. Terá papel fundamental no meio do campo com o Planejamento e a Casa Civil.
Armadilhas
Em sua primeira semana como ministro indicado, Serra conseguiu desarmar uma bomba de efeito retardado no Orçamento, incluída pelo relator Gilberto Miranda. Trata-se de dispositivo contingenciando o Orçamento. Se o Executivo fizesse qualquer corte, não poderia sequer remanejar verbas sem autorização prévia do Congresso. Miranda havia negado a existência de tal dispositivo na peça orçamentária. Mas foi localizado e extirpado a tempo.

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