São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994 |
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Demme violenta os clichês
MARCELO REZENDE
Mas como em todo tipo de comparação (e o cinema possibilita as mais criativas) existe sempre uma espécie de miopia presente, se arriscando a reduzir um filme apenas a uma qualidade ou defeito possível. "Silêncio" não é então mais um filme sobre a violência, ou ainda mais um leitura clínica, freudiana, sobre o ser desajustado que mata sem reflexão. Mas um filme que usa a violência menos como efeito, mas sim como um cenário onde todas as relações se efetuam. Um cenário que passa a ser o lugar da recriação do modelo mestre-aprendiz, onde aquele que ensina é um homem com total desrespeito pela humanidade. E aquela que aprende, um mulher que tem como função primeira zelar para que essa mesma humanidade não se perverta. "O silêncio dos Inocentes" funciona, pelo talento de seu diretor e grandeza de seus atores, como uma alternativa ao thriller rasteiro. E também como um modelo exemplar da violência do desejo. Ou ainda qualquer metáfora que se escolha. Texto Anterior: Bomba! FHC pratica o austerofilismo! Próximo Texto: 1994 pode ter sido o fim da ópera bufa Índice |
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