São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994 |
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Eleitor aprova Itamar mas prefere Sarney
CLÓVIS ROSSI
Para 29% dos pesquisados pelo Datafolha, Sarney foi melhor governante do que Itamar (o melhor para 27%), João Figueiredo (o preferido de 20%) e Fernando Collor e Ernesto Geisel (apontados por apenas 6%). Collor, aliás, é disparadamente o pior presidente, qualificação que lhe foi aplicada por 71% dos pesquisados, contra apenas 10% que apontam Sarney como o pior. O prestígio recuperado de Sarney é um contraste brutal com a situação em que deixou o governo. Pesquisa do Datafolha à época (março de 1990) mostrava que 55% dos brasileiros consideravam "ruim/péssima" a sua gestão. Itamar, ao contrário, sai, acima de tudo, como um governante regular. Esse conceito é aplicado ao presidente atual por 48% dos 14.151 eleitores ouvidos pelo Datafolha em todo o país, nos dias 12, 13 e 14 passados. Já "ruim/péssima" é a avaliação de Itamar para apenas 8% dos entrevistados, forte contraste com os 55% de Sarney ao deixar o cargo. Os 41% de "ótimo/bom" agora obtidos por Itamar são os melhores números alcançados pelo presidente em todas as 17 pesquisas feitas pelo Datafolha desde setembro de 1992. Mas é uma variação desprezível em relação aos 40% obtidos na pesquisa imediatamente anterior (19 e 20 de outubro). A série estatística permite, como era previsível, cravar o Plano Real como o fator da popularidade presidencial. O "ótimo/bom" de Itamar salta de 16% em maio para 37% em agosto. No intervalo (julho), o país trocou de moeda e de uma inflação superior a 40% ao mês para uma que acumula pouco mais da metade (22%) nos seis meses seguintes. É natural, por isso, que a maioria relativa dos pesquisados (40%) aponte a área econômica como aquela em que Itamar teve seu melhor desempenho. Os mais entusiasmados com Itamar são seus conterrâneos de Minas Gerais, que lhe dão 52% de "ótimo/bom", único Estado em que aparece uma maioria absoluta de aprovação. Os mais reticentes são os cariocas: apenas 33% de "ótimo/bom" e a maior porcentagem, entre os Estados, de "ruim/péssimo" (12%). Pela renda familiar mensal, a classe média (entre 5 e 10 salários mínimos) é a menos entusiasmada com Itamar: apenas 37% lhe conferem avaliação "ótimo/bom", contra 43% dos que recebem até cinco mínimos e 40% dos que ganham mais de 10 mínimos. Texto Anterior: FHC herda dívida social de R$ 50 bilhões Próximo Texto: Congresso tem má avaliação; expectativa é positiva Índice |
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