São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Militares apreendem menos droga que polícia

FERNANDO MOLICA; PAULO GRAMADO
DA SUCURSAL DO RIO

PAULO GRAMADO
O ressurgimento, nesta semana, de disputas entre traficantes ameaçou a principal conquista das Forças Armadas nos dois meses da Operação Rio: a retomada de morros dominados pelo tráfico de drogas.
Entre novembro e dezembro, tropas das Forças Armadas auxiliadas por batalhões especiais da Polícia Militar ocuparam ou controlaram o acesso a 50 morros do Rio e Niterói, apreenderam 190 armas, 170 automóveis, 67 kg de maconha e 16 kg de cocaína.
As médias mensais de apreensão de drogas da operação (33,5 kg de maconha e 8 kg de cocaína) são inferiores às das apreensões feitas pela polícia.
Entre janeiro e outubro a polícia apreendeu 2.132 kg de maconha (213 kg por mês, em média) e 109 kg de cocaína (10,9 kg por mês).
A prisão mais importante, a do comerciante Carlos Alberto da Costa Moreira, o "Carlinhos da Lelé", 52, foi feita pela Polícia Federal. Ele é acusado de trabalhar para traficantes internacionais e de abastecer Romildo Souza da Costa, o "Miltinho do Dendê".
Apesar do grande número de detenções de pessoas consideradas suspeitas –cerca de 400–, as Forças Armadas não conseguiram prender nenhum dos mais importantes varejistas de drogas.
A maior parte dos presos foi libertada após o fim do prazo de 30 dias estabelecido para esse tipo de prisão. De acordo com a Polinter, cerca de 20 pessoas ainda não haviam sido libertadas.
Além das ações em morros, os militares acabaram com a Robauto, em Acari (zona norte), feira em que eram comercializadas auto-peças extraídas de carros roubados.
Até ontem apenas uma pessoa havia sido morta nas ações: Alexandre Teles Pacheco, 20, que teria tentado furar o bloqueio feito pelo Exército no morro do Urubu.

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