São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Ministros têm que importar smokings

MÁRCIA MARQUES; CLÁUDIA TREVISAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

A silhueta avantajada dos ministros da Justiça do atual e do futuro governo, Alexandre Dupeyrat e Nelson Jobim, lhes causou um problema.
Os dois foram obrigados a encomendar smokings fora de Brasília para usar na festa da posse no domingo à noite. A recepção, no Itamaraty, requer traje de gala.
A exigência do traje movimentou as lojas de aluguel de roupa de Brasília. A Kassabian recebeu 200 encomendas.
Entre os clientes da loja estão o ministro Henrique Hargreaves (Casa Civil), o diretor da Polícia Federal, Wilson Romão e funcionários da área econômica, como José Milton Dallari e Paulo César Ximenes.
Embaixadores e parlamentares também recorreram ao aluguel de smokings. Ontem, o deputado Roberto Magalhães (PFL-PE) ainda procurava um traje para usar na festa.
Em São Paulo, os convidados para a recepção disputavam ontem a atenção de alfaiates para os últimos ajustes nos smokings alugados.
O futuro chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, dispensou a prova final e mandou seus filhos Luiz e Gustavo buscarem seu traje na Maison Black Tie.
Na mesma loja, se encontraram dois dos vizinhos da chácara de FHC em Ibiúna: o médico João Baptista Munhoz e o arquiteto Carlos Lemos.
A corrida pelos smokings trouxe revelações sobre a lista de convidados para a recepção. O operador do mercado financeiro Vincent Opatrny não tem qualquer relação com o futuro governo além de uma vaga "simpatia" pelo PSDB.
Opatrny, que diz ter ficado surpreso com o convite, atribuiu sua inclusão na lista ao fato de ser irmão de Suzana Opatrny, dona da agência de viagens que organizou o réveillon dos tucanos no hotel Kubitschek Plaza, em Brasília.
Entre os convidados paulistas em busca de smokings estavam ainda intelectuais, empresários, publicitários, jornalistas e, claro, tucanos.
Luiz Fernando Furquim, um dos reponsáveis pelas finanças da campanha de FHC, pegou seu smoking ontem à tarde no Tudo P/ Rigor. Pela mesma loja passou Lair Antônio de Souza, presidente da holding que controla as empresas Ultrafértil, Fosfértil e Goiasfértil.
Os professores da USP Guilherme Dias e Antônio Carlos Bernardo pegaram seus trajes ontem à tarde.
(Márcia Marques e Cláudia Trevisan)

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