São Paulo, sábado, 31 de dezembro de 1994
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Faltam médicos no Ermelino Matarazzo

Só 5 cirurgiões estavam ontem no hospital

DA FOLHA DA TARDE E DA REPORTAGEM LOCAL

Apenas cinco cirurgiões atendiam ontem no pronto-socorro de Ermelino Matarazzo (zona leste de São Paulo).
Segundo o diretor do pronto-socorro, Élcio Tarkieltauh, não havia clínico-geral, ortopedistas e nenhum outro especialista.
O pronto-socorro atende normalmente a 350 pacientes por dia. Ontem, parte deles foi dispensada e outros tiveram que aguardar horas na fila.
A direção do hospital afixou cartazes orientando os funcionários a só atenderem os casos considerados "de extrema urgência".
O diretor do Ermelino Matarazzo afirmou que o pronto-socorro não tem mais pediatra e que a unidade de terapia intensiva (UTI) infantil está fechada desde sexta-feira passada.
A auxiliar de enfermagem, Lucia Santos, 39, ficou das 19h de anteontem até a manhã de ontem esperando um neurologista para atender seu filho que tinha sofrido uma convulsão. "Vou para Santos porque lá consigo ser atendida", disse Lúcia.
O feriado pode ser complicado para os hospitais municipais. Temendo que não haja médicos para o atendimento neste fim-de-semana, a Secretaria Municipal de Saúde convocou mais profissionais além dos escalados para trabalhar.
Motivos
Segundo o Secretário Muncipal da Saúde, Silvano Raia, a falta de médico nos hospitais se deve aos baixos salários.
Estudos da própria prefeitura indicam que seis médicos pedem demissão diariamente na rede do Município.
A Câmara Municipal aprovou há um mês um projeto de lei que concede aumentos para os profissionais da área da Saúde.
Os reajustes ainda não saíram porque o prefeito Paulo Maluf não publicou a decisão no Diário Oficial do Município.
Na semana passada, Maluf publicou matéria paga nos jornais afirmando que havia assinado o decreto dos aumentos, mas ele só terá validade com a publicação no Diário Oficial.

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