São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Lucena dá atestado que isenta PC Farias

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O empresário Paulo César Farias recebeu esta semana do presidente do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB), um atestado de que não teve envolvimento com o esquema de manipulação dos recursos do Orçamento. A declaração foi feita a partir do resultado das investigações da CPI e será anexada à defesa de PC no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Essa certidão reforça o argumento de que eu não mexi com dinheiro público e sim com recursos de empresários", disse PC anteontem à Folha, na prisão, no Quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Brasília. O ex-tesoureiro da campanha de Collor vai juntar o documento do Senado ao pacote de papéis que reúne no momento para tentar se defender no processo aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O empresário está preso há 68 dias, por decisão da Justiça Federal (crime de sonegação fiscal) e pelo STF, que viu no ato da sua fuga uma forma de criar obstáculo ao andamento do processo ao qual responde. PC é acusado pela Procuradoria Geral da República de ter praticado crimes de corrupção e usufruído de recursos públicos do governo federal.
A declaração que isenta PC dos crimes com o dinheiro do orçamento foi solicitada pelo seu advogado Nabor Bulhões, logo após o final das atividades da CPI que apurou as denúncias feitas pelo economista José Carlos Alves dos Santos. No dia do seu depoimento à comissão, em dezembro, PC foi acusado pelos deputados Luiz Salomão (PDT-RJ), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Moroni Torgan (PSDB–CE) de envolvimento com o esquema.
O documento do Senado relata que, embora tenha sido citado diversas vezes no relatório final da CPI do Orçamento, PC Farias não foi "responsabilizado civil, penal ou administrativamente".
O atestado foi recebido pelos advogados do empresário alagoano como uma peça importante na confecção da defesa, que deve ser apresentada ao STF em abril. "A certidão é claríssima ao isentar o cliente (PC) de responsabilidade ou envolvimento com manipulação de recursos públicos", disse Nabor Bulhões.

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