São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Sérvios ameaçam atacar Otan

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Radovan Karadzic, o líder dos sérvios da Bósnia, afirmou ontem em Genebra (Suíça) que o ultimato da Otan é "desnecessário". Ele voltou a negar que a artilharia sérvia tenha sido responsável pela morte de 68 civis, no sábado passado, e ameaçou abandonar as conversações de paz caso a ONU não abra uma investigação independente sobre o ataque.
Em Pale, capital da "República Sérvia da Bósnia" (a 7 km de Sarajevo), Jovan Zametica, porta-voz de Karadzic, afirmou que "as forças sérvias não vão recuar como resultado de um ultimato da Otan. Se aviões da Otan atacarem nossas posições, vamos derrubá-los".
Em Belgrado, o líder do Partido Radical Sérvio, Vojislav Seselj, disse que o ultimato "deve ser completamente rechaçado" e fez ameaças: "Em caso de ataques aéreos, bombardearemos todas as instalações da Otan ao nosso alcance, na Itália e em outros países, e também atiraremos contra os 'capacetes azuis'." O coronel Liubodrag Stojadinovic, porta-voz do Exército da Iugoslávia, disse que ataques aéreos "provocariam uma grande guerra nos Bálcãs".
Haris Siladjic, chanceler do governo bósnio, disse em Genebra que os muçulmanos aceitam colocar sua artilharia instalada em Sarajevo sob controle da ONU –"todas as 14 peças", afirmou.

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