São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994 |
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Sérvios já dizem que o bombardeio é inevitável
GILES ELGOOD
"Temos certeza de que haverá alguma espécie de bombardeio para mostrar que o mundo pode manter suas promessas." O temor dos sérvios-bósnios é perder suas posições caso retirem sua artilharia, como exigido pela Otan e definido pelo cessar-fogo patrocinado pelas Nações Unidas. "Os sérvios serão destruídos se a artilharia se for. Ela é tudo o que temos", diz Dragisa. Os sérvios mantêm o cerco a Sarajevo desde que a guerra começou, há 22 meses. Eles bombardeiam a cidade todos os dias, especialmente quando são atacados por tropas muçulmanas. No sábado, logo depois do ataque que matou 68 pessoas na capital bósnia, Dragisa e seus companheiros receberam uma nova ordem do líder sérvio-bósnio, Radovan Karadzic. "O bombardeio de alvos civis é um crime de guerra que terá punição severa. Somos um Exército disciplinado e não é nosso interesse provocar a intervenção militar e o risco de perdermos nosso Estado", afirma a ordem. Qualquer um que bombardeie alvos civis só poderá ser considerado "um traidor e um mercenário", completa a ordem emitida pela liderança sérvia-bósnia. No vilarejo sérvio de Miljevici (a 3,5 km de Sarajevo), os moradores temem o avanço dos muçulmanos caso a artilharia seja retirada. Se a retirada ocorrer, os muçulmanos "vão simplesmente entrar em nossas casas e nos matar", diz Vladanka, uma dona-de-casa de 30 anos. Texto Anterior: Sérvios ameaçam atacar Otan Próximo Texto: Brasil vai enviar 850 soldados a Moçambique Índice |
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