São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 1994
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Rabin diz que acordo final demora um mês

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Yithzak Rabin, prevê que um acordo definitivo para o início da retirada de tropas dos territórios ocupados deve levar ainda um mês. Já o líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Iasser Arafat, disse que espera um acerto final ainda em fevereiro.
Rabin classificou o documento que seu chanceler, Shimon Peres, assinou anteontem no Cairo (capital do Egito) com Arafat como "um importante passo à frente". "Espero que um mês seja suficiente. Pode levar um pouco mais", disse ele à rádio israelense.
Israel e OLP, que assinaram um histórico acordo de paz em setembro passado em Washington, não se acertaram ainda sobre a implementação do acordo, que prevê autonomia palestina em parte dos territórios ocupados como primeiro passo para a autonomia total.
O documento assinado anteontem mantém as fronteiras dos territórios ocupados sob controle de Israel. Mas os moradores terão uma passagem exclusiva e não haverá mais contato direto com os soldados israelenses. As fronteiras com o Egito (Gaza) e com a Jordânia (Cisjordânia) também continuam sob responsabilidade de Israel.
As primeiras áreas que terão governo palestino são a cidade de Jericó (Cisjordânia) e a faixa de Gaza. O impasse sobre o tamanho da área em torno de Jericó que vai passar para controle palestino é um dos maiores obstáculos para a implantação definitiva do acordo.
No diálogo de paz árabe-israelense nos EUA serão negociadas as eleições palestinas e o deslocamento das tropas israelenses.
O acordo não foi bem recebido por palestinos radicais. Mahmud Zahar, líder do grupo terrorista Hamas em Gaza, disse que o acordo é "voltado para a segurança israelense". Dirigentes da Liga Árabe negaram ontem estar planejando acabar com o boicote que mantêm contra Israel há 40 anos.

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