São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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Congresso gasta CR$ 46 mi com parlamentares ausentes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional deixou de economizar ontem CR$ 46,25 milhões ao registrar mais um dia sem quórum. Esse valor é a soma das diárias de 535 parlamentares que faltaram às sessões realizadas nesta sexta-feira –representando 91,7% do total de congressistas (584, sendo 503 deputados e 81 senadores). A Mesa da Câmara aprovou há duas semanas um ato que prevê o desconto de CR$ 86,4 mil dos salários dos deputados para cada dia de falta –mas ela própria decidiu não descontar as diárias esta semana por entender que não havia votação importante.
No Poder Executivo, quatro ministros seguiram o exemplo do presidente Itamar Franco e não voltaram ao trabalho em Brasília. O ministro do Planejamento, Alexis Stepanenko, passou a semana em Fernando de Noronha (PE), adiando as negociações para a aprovação do Orçamento de 1994.
O ministro da Educação, Murílio Hingel, aproveitou sua viagem oficial a Washington e tirou férias de uma semana em Nova York (EUA). Volta hoje à noite ao Brasil. A ministra do Bem-Estar Social, Leonor Franco, está de licença durante o Carnaval. Foi fazer exames médicos em Nova York. Os ministros, segundo seus assessores, pagam suas despesas.
O secretário-geral da Presidência, Mauro Durante, ficou com o presidente Itamar em Juiz de Fora. Cinco dos 27 ministros não voltaram a Brasília, mas cumpriram uma agenda oficial de trabalho em outros locais nessa semana: Luís Nascimento e Silva (Cultura), Celso Amorim (Relações Exteriores), Rubens Ricúpero (Meio Ambiente), Margarida Coimbra (Transportes) e Israel Vargas (Ciência e Tecnologia e Minas e Energia).
Como num círculo vicioso, o Congresso não votou nada de importante desde o fim do Carnaval devido à falta de quórum –mais de 70 matérias esperam votação só na Câmara dos Deputados.
Na sessão do Congresso revisor de ontem apenas 22 parlamentares apareceram. No Senado não foi marcada sessão. Na Câmara, a sessão das 14h também não foi aberta por falta de quórum –40 deputados assinaram a lista de presença, quando o mínimo era de 51.

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