São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994 |
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Acusado de assédio tem prisão pedida
DANIELA PINHEIRO
Mota esteve ontem de manhã no ministério para esvaziar suas gavetas e depois não foi mais encontrado. Caso as acusações sejam confirmadas, a pena do segurança pode chegar a 26 anos de prisão. O chefe de segurança nega que tenha estuprado ou assediado qualquer funcionária. Ele disse ontem que existe um complô, encabeçado pelas "guardetes", para tirá-lo do cargo e disse que vai "virar Lampião se perder o emprego." Seu sobrinho, Lúcio Bruno de Souza, surpervisor de segurança, também acusado, disse que "a verdade vai vir à tona e sua inocência vai ser provada." Ontem, mais duas "guardetes", como são conhecidas as vigilantes femininas dos ministérios, prestaram depoimento na Delegacia de Mulheres. Ambas afirmaram ter sido estupradas na sala de Mota, oito andares acima do gabinete do ministro José Israel Vargas. Segundo o relato das mulheres, os ataques do segurança não se limitavam ao local de trabalho. Há cerca de quatro meses, a vigilante M.L.M.,30, teria sido agredida em sua casa diante da filha de oito anos. A menina também esteve na delegacia para identificar Mota através de uma fotografia. Outras acusações foram feitas ao supervisor de segurança, Lúcio Bruno de Souza, sobrinho de Mota. Três "guardetes" disseram que foram assediadas durante muito tempo por Bruno. Convites para jantar, caronas e idas a motéis eram propostos sistematicamente. V.C.P, 30, disse ter sido despedida após se recusar sair com Bruno. A exoneração de Mota deve acontecer na segunda-feira, dia em que o ministro Vargas retorna a Brasília. O supervisor de segurança Bruno também deve ter sua prisão temporária pedida ainda hoje. (Daniela Pinheiro) Texto Anterior: Condenado a 50 anos é preso em SP Próximo Texto: Ribeirão vive surto de assalto em semáforo Índice |
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