São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Beneficiados chegam a 2 milhões de pessoas

DA SUCURSAL DO RIO

Os 290 fundos de pensão existentes no Brasil beneficiam com complementação das aposentadorias cerca de 2 milhões de pessoas, segundo dados da Abrapp. Do total de fundações, 180 são patrocinadas por empresas privadas e 110 por estatais.
Na lista dos maiores fundos de pensão do Brasil, o Aerus (Varig, Transbrasil e outras do setor aéreo), líder do setor privado com US$ 650,6 milhões de patrimônio em novembro de 93, aparece apenas em oitavo lugar.
Ele perde para os estatais Previ (BB, US$ 7,63 bi), Funcef (Caixa Econômica Federal, US$ 2,74 bi), Petros (Petrobrás, US$ 2,03 bi), Centrus (Banco Central, US$ 1,51 bi), Sistel (Telebrás, US$ 1,41 bi), Cesp (Cesp/CPFL/Eletropaulo, US$ 1,16 bi) e Valia (Vale do Rio Doce, US$ 777,8 mi).
Além de pressionados pelas suspeitas de irregularidades, os fundos de pensão de estatais brigam com o governo contra a obrigatoriedade de aplicar 35% dos seus patrimônios em NTN (Nota do Tesouro Nacional) com cláusula de correção cambial.
Os fundos alegam que essas aplicações vão desestruturar suas carteiras de investimentos e obrigar a troca de papéis valorizados por NTNs, pouco atrativas. Esses papéis serão comprados com prazos de até dez anos e juros de 8% a 12% ao ano. Segundo José Valdir dos Reis, da Previ, o governo vende os mesmos papéis no mercado a juros de até 26% ao ano.
Antes da resolução do BC, as fundações podiam aplicar 25% (no mínimo) dos patrimônios em ações, 20% em imóveis, 17% em empréstimos aos participantes, 15% em ouro e poupança, e o restante em outros papéis.
Hoje, os fundos de pensão estão por trás da maioria dos grandes investimentos imobiliários do Brasil. A Petros, por exemplo, participa em São Paulo das construções do World Trade Center e do São Paulo Market Place, no Morumbi.

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