São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Emprestar em dólar, investir em ações

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Em tempos de URV (Unidade Real de Valor) e sucessão presidencial, nas duas pontas –captação e investimento– começam a se delinear algumas boas alternativas de negócios no mercado. O endividamento em dólar, além de representar menor custo, tem ainda uma menor taxa de risco. E o mercado de ações continua em alta. Acompanhe:
Crédito em dólar – O custo projetado para as operações de crédito em dólar, que serão fechadas nesta segunda-feira, dia 21, deverá manter-se em níveis semelhantes aos registrados na semana passada. Apenas o financiamento através de export notes (títulos que rendem correção cambial e juros) deve cair um pouco.
A taxa de juros destes títulos, que estava numa média de 22% ao ano, caiu para 21% ao ano, o que significa uma taxa efetiva de 46,58% no período de 30 dias.
Com isso, o custo real anualizado também deverá ser um pouco menor, 30,31%, 2,41 pontos percentuais abaixo das projeções anteriores de "Dinheiro Vivo". Para fazer estes cálculos, DV previu um IPC/Fipe acumulado de 43,38% e uma variação cambial de 44,05% no período.
Além do fator custo, o crédito em dólar tem como vantagem o menor risco. Com a Unidade Real de Valor, a tendência do governo é de gerenciar o câmbio a fim de garantir uma queda nos preços. Já as taxas de juros reais em cruzeiros tendem a subir.
Mercado de ações – O capital estrangeiro continua mantendo um importante papel nas Bolsas de Valores brasileiras, injetando recursos. Mas os investidores brasileiros não ficam atrás. Muitos pensando no longo prazo, outros de olho nos lucros imediatos. Para estes, o raciocínio é o seguinte: atrás de um novo plano econômico sempre ocorre um "boom" nas Bolsas. A única exceção foi o Plano Collor 1. Porém, como o ano é de eleição, a perspectiva é de que não sejam tomadas por parte do governo medidas impopulares ou muito recessivas. Logo, as ações em Bolsa continuarão subindo.
Se as taxas de juros caírem ou as aplicações em renda fixa ficarem duvidosas, o quadro será ainda melhor.
O fato é que, por mais que falem em possíveis realizações de lucro, o dinheiro não pára de entrar na Bolsa. Nos primeiros dez pregões do mês de fevereiro, a Bolsa de Valores de São Paulo movimentou no total US$ 2,635 bilhões.
Comparando com os primeiros dez pregões dos últimos quatro meses, temos: janeiro com US$ US$ 1,683 bilhão; dezembro com US$ 1,043 bilhão; e novembro com US$ 1,202 bilhão.
Nos últimos três dias que antecederam o Carnaval, a Bolsa de Valores paulista movimentou mais de US$ 300 milhões por dia, somando no período quase US$ 1 bilhão.

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