São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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BC destrói mercado do "black"

NILTON HORITA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central acabou com a graça do mercado paralelo de dólar. Nos últimos 96 dias úteis, desde outubro de 1993, o ágio em relação ao preço do câmbio comercial passou de 2% apenas duas vezes. Manteve-se acima de 1% em outros nove dias e ficou negativo 45 exercícios. O resto do tempo a cotação do "black" se segurou na faixa de 0,5% acima do oficial.
"O paralelo está com uma vida neuro-vegetativa", afirma Nathan Blanche, presidente da Anoro (Associação Nacional de Câmbio e Ouro). "Já era." Ainda há uma chance de sobrevida ao dólar paralelo, mas de tempo curto. Os especuladores estão de olho para aproveitar a chance de ganhar algum na véspera da implantação da URV (Unidade Real de Valor).
É que a URV vai ser equivalente ao dólar e, nesse caso, as taxas devem ser unificadas, e aí o paralelo empataria seu preço com o comercial. Mesmo assim, o ganho não deve ser lá essas coisas. Seria algo como 3%, contra um juro de 2% ao dia. Ou seja, sobra mais ou menos 1% líquido.
A situação clínica do paralelo, porém, já não é boa há muito tempo. De janeiro de 1990 para cá, perdeu 165% reais em relação à inflação medida pelo IGP-M. Se alguém vendesse seus dólares para aplicar em renda fixa, teria ganho 330% sobre outro que optasse por ficar com o dólar debaixo do colchão, segundo o Banco Cindam.

LEIA MAIS
sobre o dólar paralelo nas págs. 2-12 e 2-13

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