São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Fiat deslancha New Holland no Brasil

NILSON DE OLIVEIRA
EDITOR-ADJUNTO DE POLÍTICA

A Fiat prepara-se para assumir a liderança do setor de máquinas e tratores agrícolas no Brasil. Desde que passou a deter o controle acionário da Ford New Holland, em 91, a sua participação nas vendas passou de 13,5% para 18% em 1993. O objetivo é dominar em 1994 pelo menos um quarto desse mercado. Para isso, sob o comando de Valentino Rizzioli, foram investidos só no ano passado cerca de US$ 30 milhões. Em 94, a empresa pretende investir pelo menos mais US$ 10 milhões.
A New Holland brasileira fez parte de um negócio internacional onde os italianos tiveram que desembolsar entre US$ 400 milhões e US$ 450 milhões para a Ford. Os executivos da Fiat se depararam com a subsidiária brasileira "tecnicamente quebrada" e com uma dívida acumulada de US$ 40 milhões, à qual se acresciam mensalmente US$ 2,5 milhões. Através de um programa de recuperação capitaneado por Rizzioli, um italiano de 51 anos que prefere ser chamado de brasileiro, a empresa em 92 já zerou os débitos.
Para estancar as perdas houve uma redução "drástica" da hierarquia funcional e nos contratos de terceirização. Paralelamente, se iniciou um programa de modernização da linha de produtos. Dentro dessa política, foram lançados no ano passado 14 novos modelos de tratores e duas colheitadeiras.
Resultado da estratégia: a empresa que em 91 fechou as contas com US$ 20 milhões negativos, faturou um ano depois US$ 170 milhões e, em 93, US$ 250 milhões.
O sucesso da New Holland no país premiou Rizzioli com um lugar na diretoria central da empresa, responsável pela decisão das estratégias mundiais do grupo. "Nós não somos uma subsidiária. A New Holland do Brasil é uma das quatro divisões da New Holland mundial", diz com uma ponta de orgulho esse funcionário de carreira da Fiat.

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