São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994
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Técnico quer evitar "desespero tático"

WILSON BALDINI JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Carlos Alberto Silva espera que o Corinthians não repita hoje, contra o Santos, no Pacaembu, o "desespero tático" das últimas partidas. "O time precisa atuar da mesma forma tática os 90 minutos", exige o treinador, que possui duas dúvidas para o clássico. O goleiro Ronaldo continua machucado nos tornozelos e deve ser substituído por Wilson. No meio-campo, com a ausência de Ezequiel, suspenso, as opções são Wilson Mano –mais uma vez improvisado– ou o retorno de Moacir (recuperado de contusão). Outra opção é a entrada de Embu. "Primeiro vou estudar como joga o Santos, para depois escalar o time", disse o técnico. Zé Elias, que cumpriu suspensão contra o Ituano, volta ao time.
O treinador exige que a equipe cumpra as determinações táticas determinadas e não se abale com a cobrança da torcida. "Os jogadores estão sentindo a pressão da torcida e estão se enervando. O time atua melhor no interior que no Pacaembu", afirmou. "Se nos primeiros quinze minutos o gol não sai, o desespero toma conta da equipe e a articulação das jogadas é substituída por chutões altos na área adversária", criticou. "E os chutes são dados de frente para os zagueiros. Favorecendo a devolução do lançamento".
Para a partida de hoje, Carlos Alberto Silva quer a realização de jogadas pelas pontas. "É necessário que aconteça um revezamento, entre os atacantes, nas laterais", explicou. O volante Zé Elias deverá ser o elo de ligação entre a defesa e o ataque. "Foi o que faltou para o time no jogo de sexta-feira", afirmou o técnico, que aproveitou para criticar o individualismo da equipe. "Estamos carregando muito a bola. Assim, facilitamos o trabalho da defesa. O toque de bola deve ser rápido e objetivo. Ou seja: para a frente".
Ninguém no grupo corintiano se ilude com a má fase da equipe santista, 13ª colocada na classificação. "Em clássico tudo pode acontecer", afirmou o lateral Wilson Mano. "O Ituano também estava mal e nós só empatamos", disse o ponta Rivaldo, que deve voltar a atuar em sua posição original: na ponta-esquerda. "Jogando aberto na ponta, tenho maiores chances de criar jogadas", disse o jogador.
A expectativa é de que em um clássico o rendimento da equipe melhore. "O Santos vai jogar e deixar jogar. A partida será mais solta e o time deverá jogar melhor", prevê o meia Tupãzinho. "Nossas jogadas estão sendo paradas na violência pelos times pequenos. Contra o Santos será melhor para jogar", afirmou o meio-campo Marcelinho.
A maior preocupação do técnico corintiano está no setor defensivo. A dupla de zaga, formada por Gralak e Henrique, tem acumulado atuações irregulares. Valdo ainda sente a falta de preparo físico e tem diminuído o ritmo na etapa final das partidas. Daniel, pelo lado esquerdo, é o sobrecarregado do setor e tem suas avançadas ao ataque limitadas. "O Corinthians contratou muitos jogadores e outros sofreram contusões. Ainda vai demorar um pouco para que todos entrem em sua melhor forma", disse Toninho Oliveira, preparador físico do time.
O time continua com seis jogadores com dois cartões amarelos. Dos titulares estão: Wilson Mano, Daniel, Viola e Rivaldo. Ronaldo e Leandro, que não devem jogar, completam a lista.
O meio-campo Zé Elias, 17, deve conversar esta semana, com os dirigentes do clube, para ter um reajuste salarial. O jogador, que não acertou seu contrato com o PSV, da Holanda, recebe CR$ 32 mil por mês.
O atacante Casagrande deve participar dos treinamentos coletivos desta semana. O jogador já está recuperado da tendinite que teve na perna esquerda, mas ainda não sabe se fará parte da delegação que irá ao Japão.

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