São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Bandas de rock mudam para Rio e São Paulo em busca de espaço

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine o que é deixar sua cidade com a grana contada, sabendo que vai ter que ralar muito. Parece difícil, mas é esse o caminho de muitas bandas de rock que buscam reconhecimento nacional e se aventuram a partir para São Paulo ou para o Rio de Janeiro (veja texto abaixo).
O Folhateen foi até a casa de algumas delas para ver como seus integrantes vivem. Deu para ver que eles aguentam uma barra pesada. Que o diga o pessoal do Krisium, que mudou para Sampa há um ano, deixando Porto Alegre. Os irmãos Alexandre, 22, Max, 19, e Moiséis Koslesne, mais Maurício Nogueira, 21, dividem uma quitinete no Bixiga. Apesar de viverem apertados, eles não se arrependem da mudança. "A gente aguenta a barra", diz Alexandre.
E aguentam mesmo. A comida deles às vezes é pão com mortadela, e outras nem isso. "A gente se banca, não tem essa de correr e pedir dinheiro para a família ", diz Alexandre. O saldo da mudança para São Paulo é positivo: um disco, um compacto distribuído na Europa e um CD que vai ser lançado essa semana.
Saudade? Para os garotos isso não existe. Max, desde que mudou, não voltou a Porto Alegre nenhuma vez. O único contato que tem com a família é com a mãe, para quem escreve cartas.
Tem gente que vem para São Paulo em um esquema menos podreira. É esse o caso do casal Ronan, 25 e Simone, 25, a Si Young, da banda Pus. Eles moram juntos aqui há um ano em um apartamento de dois quartos em Pinheiros.
Embora tudo tenha dado certo, o segundo disco da banda vai ser lançado esta semana, o casal tem algumas reclamações. Simone conta que se sente sozinha. E Ronan confessa que se sente estrangeiro por aqui.

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