São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994 |
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Ecletismo excessivo prejudica Vânia Bastos
CARLOS CALADO
A voz da cantora, revelada no final dos anos 70 por Arrigo Barnabé, soa cada vez mais cristalina. Vânia é reconhecidamente uma das melhores cantoras do país. O que não garante, porém, que possa interpretar qualquer coisa com a mesma veracidade com que canta um samba ou uma balada. Não faltam momentos preciosos em "Canta Mais". É o caso da bossa "Jongo Trio" (de Eduardo Gudin), na qual a voz de Vânia passeia à vontade ao lado do histórico Jongo Trio, rearticulado para a gravação. Ou a canção pop "Tabu" (versão de Costa Netto para "The Sweetest Taboo", hit de Sade), recriada com estilo e leveza. O problema do álbum está na overdose eclética. A levada reggae de "Doce Ato" (Gudin e Sérgio Natureza) soa anódina, parecendo incluída mais por modismo do que por identificação. Também não convence a versão caricata do "Frevo de Orfeu" (Jobim e Vinicius), com um afetado contracanto lírico –nada a ver com a deliciosa versão de "Frevo Diabo" (Edu Lobo e Chico Buarque). Pior é "O Relógio" (versão da própria cantora para "El Reloj", de Roberto Cantoral), que nem o arranjo sofisticado de Gudin livra do estigma de bolerão cafona. Não que essas faixas comprometam a excelente cantora que Vânia é, mas seu novo disco perdeu em unidade e verdade musical. Disco: Canta Mais Cantora: Vânia Bastos Lançamento: Velas Formato: CD Quanto: CR$ 10.000 (em média) Texto Anterior: Babes faz som pré-mentrual Próximo Texto: Newman acha que cinema perdeu humor Índice |
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