São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Bienal traz a coreógrafa Trisha Brown

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A coreógrafa americana Trisha Brown vai participar da 22ª Bienal Internacional de São Paulo. Ela e seu grupo de dez bailarinos relizarão cinco apresentações no encerramento do evento. "A temporada será, provavelmente, de 9 a 11 de dezembro", confirma Edemar Cid Ferreira, presidente da Bienal. O programa reúne obras de Trisha realizadas em parceria com o artista plástico Robert Rauchenberg, outro convidado da Bienal.
O projeto de incluir Trisha Brown na programação de eventos especiais da Bienal existia desde o final do ano passado. Mas, o Carlton Dance Festival, que deveria se realizar em maio, contratou a artista antes, como sua principal atração. Com o cancelamento do Carlton, uma semana atrás, a organização da Bienal voltou ao "ataque". Cid Ferreira espera realizar a temporada de Trisha no Teatro Municipal, único local que possui condições técnicas para mostrar os elaborados espetáculos da coreógrafa. Uma das grandes personalidades da dança contemporânea, Trisha virá ao Brasil pela primeira vez. Não se justifica, portanto, que dance em local precário.
O cancelamento do Carlton Dance Festival pode não significar uma lacuna na programação cultural de São Paulo. Já há produtores animados em preencher o espaço que o Carlton, cancelado pela segunda vez consecutiva, vai deixando. Um outro festival internacional de dança pode surgir em 1995 (os patrocinadores ainda não autorizaram a divulgação) e a segunda melhor atração do Carlton deste ano, o coreógrafo norte-americano Stephem Petronio, deve se apresentar em São Paulo, em junho. A Cartel Produções e o empresário Céli Fernandes estão negociando a vinda de Petronio.
Quanto à participação de Trisha Brown na 22ª Bienal, será a chance de apreciar não só a arte de uma das pioneiras da dança pós-moderna nos Estados Unidos, como também a profunda sintonia da coreógrafa com o gênio Rauschenberg. A intenção foi proposital. "Os eventos especiais da Bienal vão mostrar as relações entre dança e artes plásticas", diz Cid Ferreira. Os eventos especiais da 22ª Bienal também proporcionarão uma visão significativa da dança pós-moderna americana, movimento que surgiu no começo dos anos 60 e que o público brasileiro conhece pouco. Além de Trisha Brown, a Bienal traz Lucinda Childs, outra sumidade pós-moderna que nunca veio ao Brasil. Como Trisha, Lucinda tem como origem os preceitos de Merce Cunningham, que se asociou ao músico John Cage e também ao artista plástico Robert Rauschenberg, com a seguinte proposta: promover a convergência de três mídias artísticas sem subordinar uma a outra.

O colunista JOSÉ SIMÃO está em férias durante o mês de março.

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