São Paulo, sábado, 12 de março de 1994
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Diminui ritmo dos reajustes em março

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os reajustes de preços nos supermercados diminuíram o ritmo na primeira semana de março. Até o dia 8, pesquisa do Datafolha constatou elevação média de 8,38% nos 96 itens coletados em 12 supermercados de São Paulo, taxa inferior aos 11,39% da última semana que antecedeu a entrada em vigor da URV.
A alta de preço deste início de mês equivaleu à variação da URV que, no mesmo período, foi reajustada em 8% pelo Banco Central. Já nos 12 hipermercados pesquisados, a elevação média dos preços foi de 10,53%, acima dos 9,83% do final de fevereiro.
Apesar da pressão menor nos supermercados neste início de mês, a aceleração de preços nas últimas quatro semanas foi grande: 48,4%. Nos hipermercados, os reajustes foram ainda maiores: 49,38%.
Firmino Rodrigues Alves, da Associação Paulista de Supermercados, não se anima com esta pressão menor neste mês. As negociações com as indústrias estão complicadas, o que pode tornar difícil até a reposição de mercadorias nas prateleiras." Os supermercados estão se abastecendo nos atacadistas."
As redes querem comprar em URV, mas as indústrias aguardam uma definição de seus fornecedores de matérias-primas para tomar uma decisão. Além disso, os donos de supermercados querem a aplicação de um deflator de pelo menos 48%. Este percentual foi montado com base na retirada das taxas de juros, redução de custos das indústrias no pagamento de impostos e retorno à média de preços dos últimos quatro meses de 93.
O repasse médio nas listas de preços das indústrias para os supermercados está entre 41% a 42%. Esta taxa pode ser maior ainda uma vez que as indústrias estão cancelando os descontos de 10% a 15% de vários produtos nos setores de laticínios, limpeza e higiene, afirmou Rodrigues Alves.
Mas se os preços dos industrializados devem continuar subindo, os alimentos básicos devem começar a pressionar menos. O arroz, em início de safra teve queda nominal na semana, enquanto a chegada da colheita paulista de feijão vai dar maior estabilidade aos preços.
Apesar da safra, o boi no pasto está com alta diária, forçando o reajuste dos preços no varejo. A alta na semana nos supermercados chegou a 16,5% em alguns cortes, puxando junto os preços da carne suína (11,7%) e de frango (6%).
Outra pesquisa do Datafolha mostrou que os alimentos básicos subiram 8,59%, abaixo dos 11,78% da última semana de fevereiro.

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