São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Negócios devem continuar paralisados esta semama

MARISTELA MAFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os negócios entre indústria e supermercado irão continuar paralisados no início da semana, apesar da divulgação da portaria 118, que libera as vendas a prazo em URV. As regras que as duas partes definiram para converter seus preços são divergentes.
A Associação Brasileira dos Supermercados (Abia) quer converter pela média do preço à vista praticada no último quadrimestre de 93. Para isso, pega-se os preços à prazo e deflaciona-se pela taxa Anbid. Ronald Rodrigues, da Abia, disse que faltam regras de como será a conversão dos preços das tarifas públicas em URV.
Os supermercados querem um deflator de 48% sobre as tabelas do mês de fevereiro, conforme proposta do setor.
±Na prática, os negócios estão paralisados porque os hipermercados, até aqui, giravam produto com preço abaixo da tabela do fornecedor, para tirar sua rentabilidade no mercado financeiro.
O exercício de se obter lucro exclusivamente na operação de compra e venda já começou, e passa pela queda de braço com a indústria. "Todos nós teremos que ceder um pouco", avalia Luis Fernando Furlan, presidente do Conselho de Administração da Sadia.
Os grandes fornecedores, por sua vez, estão à espera de ver como agirá a concorrência para depois, aí sim, apresentar suas tabelas em URV. Existe a crença de que sobem as chances de ganho de quem sair por último. A partir do patamar definido por que sair primeiro, os outros tentarão negociar preços maiores em URV.
Luis Antônio Viana, diretor-superintendente da rede Pão de Açucar, descarta a possibilidade de desabastecimento: "O máximo que pode ocorrer é termos que trabalhar com estoques menores".
Para Cadorno Augelli, diretor da Refinações de Milho Brasil, não ficou claro como será destacado os impostos nas notas fiscais para vendas fora de São Paulo.
Já a Arisco, outra grande fornecedora de alimentos industrializados, passou os últimos dias em contato com seus fornecedores para tentar viabilizar a compra de matéria-prima em URV, informou Antônio Tadeu Avelino, diretor comercial da empresa.

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