São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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DEIXAR DE LADO A QUALIDADE CUSTA CARO

O desempenho da empresa brasileira está abaixo do padrão mundial. Resultado: prejuízo e baixa competitividade
O tigre brasileiro despertou mais tarde para a qualidade. A saída agora é disparar na pista deixada pelos países de economia avançada e encurtar a longa distância por eles já percorrida. Essa defasagem ocorre nos vários setores (indústria, comércio e serviços), mas naárea industrial fica mais fácil demonstrá-la.
Os números são impressionantes quando comparamos o desempenho da indústria brasileira com a média da indústria mundial (Estados Unidos e Europa) e do Japão em termos de qualidade e produtividade. São desperdícios de tempo, de material e de força de trabalho que custam muito caro para os brasileiros.

PEÇAS REJEITADAS
No Brasil, o índice de rejeição de peças defeituosas na fabricação fica entre 23 a 28 mil peças em cada milhão produzidas. A média mundial não passa de 200 e a do Japão é de apenas 10 peças rejeitadas por milhão.

GASTOS COM ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Durante a garantia do produto,os gastos que a indústria brasileira tem com assistência técnica representam 2,7% do valor bruto das vendas, enquanto a média mundial é 0,15 e a indústria japonesa gasta menos de 0,05% do valor bruto das vendas.

PEÇAS CORRIGIDAS
O número de peças que são corrigidas depois de fabricadas (retrabalho) chega a 30% do total, na indústria brasileira. A média mundial é de 2% e na indústria japonesa não passa de 0,001% do total de peças.

ENTREGA DE PEDIDOS
Entre a chegada dos pedidos, na fábrica, e a efetiva entrega dos produtos, a indústria brasileira gasta, em média, 35 dias. A média mundial é de apenas 3 dias e a doJapão, 2 dias.

PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS
No Brasil, 0,1% dos operários das fábricas apresentam sugestões de melhoria aos produtos e processos organizacionais. A média mundial é de 60% e na indústria japonesa 95% dos operários contribuem com sugestões.

TREINAMENTO DE PESSOAL
A indústria brasileira investe em treinamento menos de 1% das horas trabalhadas durante o ano, por empregado. É de 6% a média mundial, enquanto na indústria japonesa os empregados passam, em média, 10% do tempo de trabalho em treinamento.

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