São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Terceira idade tem mais opções de serviço

DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento do número de idosos no país está fazendo com que aumentem, aos poucos, os direitos, serviços e organizações relacionados especificamente ao grupo de pessoas que conseguiu sobreviver para se aposentar e tem a perspectiva de ultrapassar a expectativa média de vida do país (66 anos em 1990).
Além da Universidade de São Paulo (veja texto nesta página), várias escolas superiores, em geral faculdades particulares, estão se organizando para receber o público chamado da terceira idade, que queira se manter intelectualmente atualizado e produtivo (veja quadro ao lado). Mas há mais serviços para esse grupo de pessoas –a terceira idade–, conceito de Primeiro Mundo, que apenas teoricamente abrange todos aqueles que passaram dos 50, aproximadamente. A oferta está mais para aposentados da Flórida (EUA) do que para os seus pares do INSS, mas há uma tentativa de melhorar o quadro.
Desde a Constituição de 1988, os maiores de 65 anos têm passe livre nos meios públicos de tranporte (em São Paulo, basta apresentar documento de identidade para não precisar pagar). Em São Paulo, o vereador Moamad Said Mourad (PPR) propôs um projeto de lei que permite aos idosos pagarem meia entrada em cinemas, teatros e casas de espetáculos.
Alguns dos 11 milhões de maiores de 60 anos do país, no entanto, preferem se organizar para reivindicar melhores condições de vida ou criarem associações para facilitá-la. Maria Antôni Gigliotti, 72, presidente do Fórum Nacional da Terceira Idade, entidade privada, diz que prefere "não estender a mão para pedir algo de graça. Vou de punhos cerrados para reivindicar. O que adianta passe de ônibus se o salário mínimo não dá para pagar o aluguel de um quarto de cortiço?".
A associação de Maria Gigliotti organizou idosos para encaminahr emendas à Constituinte e conseguiu, por exemplo, a primeira delegacia do idoso de São Paulo (fica na estação Barra Funda do Metrô, telefone 826-9899). Além disso, promove cursos de línguas, arte, tai chi, ioga e presta informações para seus 4.000 associados. As atividades do fórum são abertas para pessoas de todas as idades. "Não queremos confinar os velhos, obrigá-los a ficar discutindo sempre os mesmos problemas", diz Gigliotti. O grupo de teatro do fórum tem crianças e adolescentes.
O Clube da Terceira Idade, órgão da Coordenadoria de Turismo da Secretaria de Esporte e Turismo do Estado de São Paulo, com 129 mil filiados, é outra iniciativa para oferecer facilidades como organizar viagens, cursos e atividades esportivas em instalações públicas para maiores de 50 anos.(VTF)

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