São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Teto ameaça cair sobre os alunos no Recife

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFEE EM JOÃO PESSOA

Os 2.300 alunos da Escola Estadual de 1º e 2º Graus João Bezerra, em Recife (PE), estão proibidos de utilizar o pátio interno do prédio porque há risco de o teto desabar. As vigas de madeira que sustentam as telhas apodreceram e a área foi isolada por cordas.
Inaugurada há 20 anos, a escola tem fios elétricos expostos e há infiltrações por todo o prédio. A maioria das classes, que tiveram janelas e portas substituídas por grades, possui apenas duas das oito lâmpadas que deveriam ter.
O diretor de Administração da Secretaria de Educação do Estado, Arlindo Vilar, 46, aponta dois motivos principais para a situação da escola: as invasões seguidas de depredação e a falta de recursos.
A depredação, afirma, é responsável por 70% dos problemas. "Marginais tomavam banho na caixa d'água e roubavam até as telhas. O dinheiro destinado para a manutenção acaba sendo empregado em reformas."
João Pessoa
Os banheiros da Escola Estadual de 2º Grau Úrsula Lianza, em João Pessoa (PB), não têm pia nem torneiras. Os vasos sanitários são buracos no chão. Com 1.300 alunos, a escola não dispõe de laboratórios, nem de quadra de esportes para a prática de educação física e precisa de 11 professores.
À noite, uma das principais dificuldades para o funcionamento da escola é a falta de lâmpadas para iluminar as salas.
Na Escola Estadual de 1º e 2º Graus Augusto Porto Caminha, no bairro Jaguaribe, faltam carteiras e os quadros-negros estão esburacados. O telhado de todas as salas está quebrado e a madeira que sustenta as telhas ameaça desabar. Parte das paredes da sacada do primeiro andar ameaça cair.
Os sanitários estão obstruídos e sujos. Na escola, há apenas um bebedouro, do qual quase não sai água, para 2.000 estudantes. Também não há quadras nem laboratórios. De acordo com o Sindicato dos Professores, das 1.482 escolas estaduais, pelo menos 50% estão nas mesmas condições.
O secretário de Educação, Sebastião Vieira, disse que há 50 escolas em condições precárias de funcionamento no Estado. Vieira disse que a recuperação da Úrsula Lianza e da Augusto Porto Caminha está prevista para começar até o próximo dia 18. Nas duas, as aulas estão suspensas desde quinta-feira por falta de professores e de condições materiais.

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