São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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'Verdadeiro' Mengele morreu nos EUA em 1992, afirma historiador

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O historiador Ben Abraham acaba de lançar o livro "Mengele, a Verdade Veio à Tona". Trata-se de uma obra no mínimo polêmica. Abraham declara, logo na abertura: "Conforme informações confidenciais levadas ao nosso conhecimento, Mengele morreu no início de 1992 nos EUA. Seu corpo foi cremado e as cinzas espalhadas".
Josef Mengele, o "anjo da morte", era médico da SS (as tropas de elite de Adolf Hitler), acusado de ter matado pelo menos 400 mil judeus no campo de concentração de Auschwitz. Fazia experimentos com cobaias humanas. Em 6 de junho de 1985, a Polícia Federal declarou ter encontrado o corpo de Mengele, enterrado num cemitério de Embu (Grande São Paulo), sob o nome de Wolfgang Gerhard.
Ben Abraham argumenta o seguinte: a circunferência do crânio do verdadeiro Mengele media 57 centímetros (contra os 50,5 centímetros do crânio da ossada encontrada em Embu); há quatro centímetros de diferença entre a altura do esqueleto do Embu e o de Mengele; dentes obturados, como mostra a ficha de Mengele no Exército alemão, apareciam intactos no maxilar da ossada.
Abraham soma a esses dados o depoimento de uma dentista de São Paulo, Maria Helena Bueno de Castro, que sustenta ter tratado os dentes do verdadeiro Mengele dois meses após a sua "morte".
Com tamanho elenco de indícios, Ben Abraham chega a uma conclusão contundente até para as autoridades de Israel: quem estava enterrado em Embu seria, na verdade, um sósia de Mengele chamado Peter Hochbichlet.
O que mais traz polêmica a essa tese de "farsa oficial" é um depoimento da dentista Maria Helena: diz ela no livro que quatro pessoas, testemunhas da presença de Mengele em seu consultório, foram mortas misteriosamente. Ela pede que a PF reabra o caso.

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