São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Ser ou não ser

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

A eventual candidatura do ministro Fernando Henrique Cardoso à Presidência vai ganhando, a cada dia, uma relevância maior no cenário econômico, uma vez que tem consequência direta no Plano FHC.
O ministro tem um papel fundamental na condução do plano. De um lado, consegue conter e controlar o intempestivo presidente Itamar. Quando se lembra das atitudes desastradas de Itamar nos primeiros meses de governo fica evidente que isto não é desprezível. Por outro lado, o ministro representa uma certa garantia de que a política econômica vai seguir conforme o prometido, sem congelamentos ou tablitas.
A saída de FHC do ministério abala os dois pontos. Ainda que o substituto possa vir a ser alguém próximo ao ministro, as incertezas tendem a aumentar. E não se pode descartar a hipótese de que Itamar acabe escolhendo alguém não-alinhado às idéias da equipe, o que pode levar a uma mudança na concepção do plano.
Além disso, se FHC não se candidatar, deverá contar com um apoio maior do Congresso. São pontos que vão deixando claro que uma eventual troca de ministros levará a uma alteração importante no cenário econômico. Esta troca, se não elimina, certamente diminui as chances de sucesso do Plano FHC.

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