São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Carteira com renda fixa e Telebrás dá 1,7% real

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A carteira teórica de investimento montada pelo diretor de investimento do Citibank, Luis Eduardo Assis, teve uma rentabilidade de 39,84% no período de 8 de fevereiro a 8 de março de 1994. O rendimento real (acima da variação da Ufir) foi de 1,7% no período, ou seja, o equivalente a 22,3% ao ano.
A carteira obedeceu ao perfil de um investidor conservador interessado em deixar seu dinheiro a salvo no período de transição do Plano FHC.
As aplicações em fundos de renda fixa tradicional e fundo de renda fixa DI permitiram diluir o risco de investimento. As ações da Telebrás participaram, atrelando o investimento com a ação de maior liquidez.
Assis diz que a estratégia agora é direcionar os recursos para aplicações de curto prazo.
Ele trabalha com uma série de hipóteses: a primeira é a de que o Plano FHC vai continuar e que a conversão da moeda para o real não deve acontecer quando o dólar chegar a CR$ 1.000,00. Ele acredita ainda que a conversão da moeda para o real deverá vir depois de abril.
Para Assis, os títulos indexados em URV não ficarão interessantes enquanto não se souber a data de conversão para a nova moeda. O mercado precisa saber quando o papel indexado à URV passará a ficar fixo ou ter uma variação bem menor.
Assis observa que somente é possível se fixar a taxa de juros para um papel indexado à URV quando for possível se saber a data da conversão para a nova moeda.
"Se eu acho que o real começa a vigorar a partir de 1º de maio, posso querer calcular uma taxa/over de 60% ao mês durante o mês de abril e de 4% a 8% para os dias de aplicação que estarão na nova moeda". Outro investidor pode acreditar que o real só vigorará em junho, ou seja, fará o cálculo com uma taxa de juro de 60% ao mês para todo o período. Essas perspectivas de juros diferentes fizeram com que no último leilão de NTN cambial as taxas variassem para papéis de três meses entre 25% e 45% ao ano. Isso acabou fazendo com que o Banco Central não aceitasse as propostas.
O diretor do Citibank não acha que os papéis indexados em IGP-M sejam interessantes. O mercado acredita que haverá perdas na passagem para a nova moeda. Assis diz, no entanto, que o problema maior é que o peso do atacado na composição do índice é alto. Na Argentina, o índice de atacado subiu menos que outros indicadores de preços, pois ficou vulnerável à concorrência das importações. Os índices de custo de vida captam melhor os movimentos dos preços não influenciados diretamente pelas importações, como é o caso do setor de serviços.

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