São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
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PSB fecha acordo com PT e quer indicar o vice na chapa de Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT de Luiz Inácio Lula da Silva acertou ontem a sua primeira aliança para a sucessão presidencial –foi com o PSB (Partido Socialista Brasileiro) do deputado Miguel Arraes (PE). Os dois presidentes dos partidos estiveram reunidos por três horas e, ao final, chegaram à conclusão que não há resistências entre as duas legendas. Ainda não há decisão, mas o PSB trabalha com a hipótese de indicar o vice na chapa de Lula.
O PSB começa a discutir nomes para a vice na próxima semana. O mais cotado pelo partido, no momento, é o do vice-prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro. Outra possibilidade é o prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa. Arraes se desentendeu com Lessa, porque o prefeito decidiu filiar Pedro Collor ao PSB e teve de recuar na filiação. Lessa visitou Lula na tarde de ontem para "estreitar contatos".
O senador José Paulo Bisol (RS) é o preferido pela bancada petista, mas enfrenta a antipatia de Arraes –na CPI do Orçamento, Bisol deixou vazar as possíveis ligações do presidente do partido com a empreiteira Norberto Odebrecht. O PT quer a ajuda do PPS do deputado Roberto Freire –outro que deve vir a se coligar –para quebrar as resistências de Arraes.
Um quarto nome em análise pelo PSB é o da ex-prefeita de Natal Wilma Maia –mas pouco cotada pela falta de representatividade. O PSB demonstra pressa na escolha de um provável vice para Lula porque, caso opte por um dos dois prefeitos, eles terão de deixar os cargos até dia 2 de abril.
À tarde, Lula reuniu-se com o deputado Roberto Freire (PE) e com o presidente do PPS, deputado Sérgio Arouca (RJ) para acertar o apoio do partido na aliança "dos que estão indignados com a situação do país". Freire demonstrou interesse no acordo, desde que sejam modificados alguns itens do programa do PT.
O PT quer lançar a frente partidária no dia 5 de abril. Além do PSB e do PPS, Lula anunciou a intenção de se coligar com o PCB, PC do B e PV. A novidade é o início das conversações com o PMN, que tem dois deputados federais.

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