São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Metroviários de SP fazem paralisação

Ato foi contra conversão salarial em URV

LUÍS EDUARDO LEAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Os metroviários de São Paulo interromperam por 15 minutos, na tarde de ontem, o fluxo de trens e passageiros nas 41 estações da cidade, em protesto contra a conversão dos salários da categoria em URVs. Wagner Gomes, presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, estima em 30% as perdas salariais com a não-inclusão da inflação de fevereiro na conversão dos salários.
Entre as 14h15 e 14h30, representantes do sindicato e funcionários do Metrô bloquearam as catracas nas estações, impedindo o acesso às plataformas de embarque.
A assessoria de imprensa do Metrô estimou em 10 mil o número de passageiros prejudicados. Durante a interrupção, 56 trens ficaram parados nas três linhas –dois deles no interior dos túneis.
O piso salarial dos metroviários de São Paulo (CR$ 135,6 mil em fevereiro) foi convertido em 224,085 URVs (CR$ 169,7 mil pela cotação atual). O presidente do sindicato, Wagner Gomes, defende um piso de CR$ 180 mil pela cotação atual da URV e a conversão dos salários pelo "pico" e não pela média dos quatro meses anteriores à adoção do indexador como prevê a medida provisória da URV.
Diante de aproximadamente 300 passageiros concentrados junto às catracas bloqueadas da estação Sé, o sindicalista convocou a população e os metroviários a participarem da greve geral contra o Plano FHC, que as centrais sindicais nacionais poderão deflagrar no próximo dia 23.
Faltando 2 minutos para o prazo previsto para a liberação das catracas, cerca de 300 passageiros retidos na Sé começaram a vaiar os sindicalistas –o acesso à plataforma foi então normalizado.
"É um absurdo limitar o direito de ir e vir da população", disse a professora aposentada Maria Edith Abrahão, 63, que tentou convencer os seguranças a permitir sua passagem, sem saber que os trens haviam deixado de circular.

Texto Anterior: Salário pelo pico fere lógica do Plano FHC
Próximo Texto: FMI exige respaldo político de FHC a acordo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.