São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994 |
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Inédito será exibido na sexta
DA REPORTAGEM LOCAL A retrospectiva Wim Wenders no MIS traz um filme inédito no Brasil: "A Letra Escarlate" (1972), baseado no clássico homônimo do escritor americano Nathanael Hawthorne. É o único filme de época do cineasta (a história se passa entre os puritanos nos EUA do século 17), o que destoa do resto da obra, onde a preocupação com o registro do tempo presente é muito forte.Wenders nunca se sentiu à vontade com esse filme, em que teve de usar cenários (num estúdio subterrâneo de Colônia, Alemanha) e figurinos, com locações numa paisagem neutra e anódina da Espanha, para tentar recriar a costa leste dos EUA há três séculos. O diretor declarou nunca ter entendido o que estava fazendo ao rodar um filme onde não havia carros, garagens ou máquinas, "um filme do qual a realidade teve que ser excluída". Para um cineasta que acredita que "todo filme é também um documentário de si mesmo", um filme de época tradicional como "A Letra Escarlate" funcionou como uma camisa-de-força. É o que transparece na forma pouco intensa com que Wenders filmou essa história, que já havia sido adaptada por Victor Sjostrom em 1917. Yella Rottlaender, que interpretou a menina de "Alice nas Cidades", faz a filha bastarda da protagonista da história, Hester Prynne (Senta Berger). Texto Anterior: Diretor vira protecionista Próximo Texto: Orquestra de São Petersburgo vem a SP Índice |
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