São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994 |
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Diretor vira protecionista
DA REPORTAGEM LOCAL Wenders nunca escondeu seu encantamento por Hollywood. Sua primeira experiência in loco ("Hammett", 1982), a convite de Francis Ford Coppolla (estúdios Zoetrope), deu ao cineasta um pouco da dimensão da realidade: um sistema de produção onde a idéia de liberdade autoral européia se desfaz em segundos.Wenders narrou suas agruras hollywoodianas em "O Estado das Coisas", onde associa os produtores cinematográficos à máfia. O filme foi realizado durante os intervalos das filmagens de "Hammett". Num desses intervalos, o cineasta rodou também "O Filme de Nick", que registra a morte de Nicholas Ray, um dos ícones do cinema americano. Hoje, após não ter conseguido se impor no mercado americano nem com um filme aparentemente mais americanizado como "Paris, Texas" (1984), Wenders tornou-se um paladino do protecionismo cinematográfico europeu. Seus últimos dois filmes, porém, ao contrário dos que fazia quando ainda babava pelos EUA, são um atestado constrangedor contra a própria justificativa de um protecionismo europeu. Texto Anterior: Wenders balança entre reflexão e fetichismo Próximo Texto: Inédito será exibido na sexta Índice |
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